O apego molda a personalidade das crianças

O apego molda a personalidade das crianças
María Alejandra Castro Arbeláez

Revisado e aprovado por a psicóloga María Alejandra Castro Arbeláez.

Escrito por Equipo Editorial

Última atualização: 23 outubro, 2017

O apego é um dos fenômenos mais estudados pela pediatria  nos últimos tempos. De acordo com especialistas, seja no âmbito do desenvolvimento infantil, bem como na criação, seus efeitos oferecem ferramentas para estudar o comportamento humano.

Segundo afirmações, esse elemento é capaz de moldar consideravelmente a personalidade das crianças. Para aqueles que ainda não ouviram falar sobre o assunto, o apego se define na conexão emocional entre a criança e o adulto. Sejam seus pais ou seus cuidadores.

A teoria do apego tem aumentado há vários anos. Foi desenvolvido em meados do século 20 por um psiquiatra britânico chamado John Bowlby. Sua infância caótica alimentou a hipótese de que o apego molda a personalidade das crianças. É por isso que, juntamente com sua colaboradora, Mary Ainsworth, idealizaram um procedimento de situação estranha.

Este tipo de estratégia trabalhou com crianças de um ano. Estes bebês foram brevemente separados dos pais e mães para logo voltar a reuni-los. O objetivo era poder observar seu comportamento ao longo de cada reunião. O resultado foi realmente surpreendente.

O apego: um estudo com resultados maravilhosos

mãe e seu bebê se olhando nos olhos

Esta pesquisa conjunta rendeu conclusões surpreendentes. Por exemplo, observou-se que quando uma criança é submetida a uma pequena quantidade de estresse, isso é eliminado imediatamente, colocando-a em contato direto com os pais.

Por outro lado, o relatório deixa uma grande lição sobre a relação entre pais e filhos, pois os especialistas conseguiram formar uma espécie de taxonomia do apego. O comportamento da criança durante a situação estranha é interpretado como um indicador da qualidade do vínculo, que ela mantém com seus pais.

Isso significa que tudo aquilo que um pai ou uma mãe faz em casa, prevê o comportamento da criança, diante essas circunstâncias “limite”. Então, se a criatura achar que é provável que seu pai lhe dê atenção, ela exigirá sua atenção. Assim, a criança que pode estar zangada ou assustada,  acalma-se rapidamente em contato com os pais.

Isso é o que os pesquisadores chamam de “apego seguro”. De acordo com a psicóloga infantil Susan Berger, os adultos devem estar atentos em momentos de estresse, para que o bebê se sinta seguro de que o responsável fará todo o possível para fazê-lo se sentir melhor.

O que é apego “inseguro”?

No outro extremo, existem crianças que não esperam consolo e alívio por parte do adulto diante situações estressantes. Essa é justamente a manifestação daquilo que, em termos psicológicos, é denominado “apego inseguro”.

Neste caso, é possível apreciar a reação em que o bebê se vira, evita vê-los ou se distancia, uma vez que os pais retornam. Segundo especialistas, este não é um indicador de tranquilidade ou independência. As evidências científicas demonstram que essa criança -que manifestou seu estresse através da frequência cardíaca acelerada- prefere confrontar a situação sozinha.

A ciência ainda vai mais além dessa tipologia, e denomina este comportamento pontual de “inseguro-evasivo”. No entanto, ainda é possível distinguir um terceiro grupo de crianças difíceis de acalmar. Neste caso, falamos de crianças que exigem consolo mediante a agressão e raiva. Esses são os “inseguros-resistentes”.

mãe deitada com sua filha dormindo sobre seu peito

Ainda que doa e seja difícil de acreditar, muitas crianças estão sujeitas a uma dor extrema. O abuso sexual, o maltrato infantil, o estresse grave ou o cuidado institucional são somente alguns deles. Um padrão, chamado “organizado”, é o fator comum que os atravessa. Aqui, diretamente, não existe estratégia consistente para responder.

O apego, importância vital na infância

Finalmente, vale observar um esclarecimento realizado pelos mesmos especialistas do estudo: quando falamos sobre o apego, tanto no desenvolvimento da criança, como na criação propriamente dita, não nos referimos necessariamente à “criação com apego”.

Esse último geralmente tende a enfatizar, acima de tudo, a proximidade física literal entre pais e filhos. Com este firme propósito, destaca-se, sobretudo a enorme importância de evitar o menor estresse ou separação, entre crianças e os adultos.

Criar com apego é criar vínculos emocionais fortes e saudáveis entre as crianças e seus pais para a vida toda.

-Anônimo-


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