Por que você não deve obrigar seus filhos a compartilhar?

É comum os pais quererem que seus filhos compartilhem. Mas essa é realmente a melhor opção?
Por que você não deve obrigar seus filhos a compartilhar?
María José Roldán

Escrito e verificado por a psicopedagoga María José Roldán.

Última atualização: 27 dezembro, 2022

Basta observar algumas crianças no parque ou na escola para perceber que, muitas vezes, elas são obrigadas a compartilhar, mesmo quando não querem. Essa maneira de agir não só não atinge o objetivo, como também gera insegurança, raiva e desconforto nos pequenos.

Por essa razão, queremos contar por que você não deve obrigar seus filhos a compartilhar. Não perca!

Obrigá-los não os torna crianças mais educadas

Para o completo desenvolvimento das crianças, é essencial que os pais tenham um papel ativo na sua educação. Embora a escola desempenhe um papel importante, algumas coisas precisam ser aprendidas em casa muito antes de chegar à sala de aula.

Nesse sentido, diretrizes de convivência e bons modos devem ser transmitidas desde as primeiras fases da vida. Mas e sobre compartilhar nossos pertences com outras pessoas contra nossa vontade?

Talvez você se lembre de algum episódio durante sua infância em que seus pais obrigaram você a compartilhar, fazendo você se sentir mal com eles. Mas é possível que você já tenha repetido essa ação com seus filhos sem nem perceber.

A realidade é que nós, pais, sentimos a pressão social para “educar bem” nossos filhos e, se eles se recusam a compartilhar suas coisas com os outros, é porque fizemos algo errado. Como se tivéssemos criado uma criança tirana, egoísta e mimada.

Mas acalme-se! Nada mais longe da verdade, pois o fato de as crianças não quererem compartilhar é algo totalmente normal.

Menina chorando porque foi obrigada a compartilhar.

Como ensinar as crianças a compartilhar?

Para uma criança, é natural que seus pertences sejam muito importantes para ela e ela não queira emprestá-los a ninguém. Nem mesmo aquele brinquedo que cinco minutos atrás ela havia ignorado.

Como podemos esperar que uma criança tenha tamanho nível de generosidade se muitas vezes até mesmo os adultos não são capazes de alcançá-los?

Você não deve ensinar as crianças a compartilhar com palavras, você deve ensiná-las pelo exemplo. E também, respeite seu ritmo e ajude-as a se desapegar de seus objetos quando se sentirem pronto para isso.

Por fim, você precisa ter em mente que obrigar não é ensinar. Qual é a utilidade de uma criança poder desfrutar de um objeto enquanto outra fica chorando incontrolavelmente porque sente que algo foi tirado dela da maneira mais cruel?

Os pequenos não entendem que compartilhar é algo temporário

A noção de tempo é muito diferente para crianças e adultos. Se os pequenos sentem que algo muito precioso foi tirado deles, mesmo que por alguns minutos, eles ficam angustiados como se nunca mais fossem ver esse objeto.

Somado a isso, quando são seus pais (as pessoas em quem mais confiam) que os obrigam a fazer isso deliberadamente, o desconforto aumenta e a birra não demora a chegar.

O seu é seu

O egocentrismo dos pequenos está no mais alto nível, e a palavra “meu” está na ordem do dia. Além de causar desconforto, entregar suas coisas para outras crianças não os torna amigos.

Assim como você não quer que seus filhos falem com estranhos, não os obrigue a emprestar seus brinquedos para crianças que não conhecem. Principalmente se eles não quiserem.

Os brinquedos são seus tesouros

Pode ser apenas um brinquedo para você, mas para seu filho é um grande tesouro com enorme valor emocional. É tão importante quanto a televisão da sua casa, seu carro ou qualquer outro objeto significativo na sua vida. Você deixaria algum desses objetos preciosos à mercê de outros sem qualquer objeção? Não, né? Bem, seu filho também não.

Não se pode forçar a generosidade

Ser generoso não é algo que se pode forçar, e sim um valor que se observa do ambiente e se aprende com o tempo. Além disso, compartilhar de maneira forçada e sob pressão dos outros não é ser generoso, e sim submisso.

Se seu filho não quiser compartilhar, permita que ele proteste. E se ele não quiser fazer isso, não o force. Caso contrário, você só vai garantir que ele nunca mais vai querer compartilhar nada com ninguém, nem mesmo quando crescer.

É decisão das crianças, não sua

Às vezes, os pais esquecem que os filhos são pessoas diferentes de nós. É claro que devemos educá-los e orientá-los na vida, mas certas decisões cabem a eles. Nesse sentido, você deve aceitar se seu filho quiser ou não compartilhar algo com outra pessoa.

Mãe conversando com a filha sobre compartilhar.

Meu filho não está pronto para compartilhar

Se esse for o caso do seu filho, a melhor coisa que você pode fazer é não forçá-lo e se tornar um bom exemplo. Seu filho pode não ouvir o que você fala, mas ele observa você o dia todo e imita tudo que você faz. Então, se você quiser que ele internalize o valor da generosidade, deve mostrar isso a ele com suas ações diárias.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Razeto, A. (2016). El involucramiento de las familias en la educación de los niños. Cuatro reflexiones para fortalecer la relación entre familias y escuelas. Revista mexicana de investigación educativa, Pág. Educ. vol.9 no.2. Recuperado en 16 de septiembre de 2021, de http://www.scielo.edu.uy/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1688-74682016000200007
  • Valdés Cuervo, A., Martín Pavón, M., Sánchez Escobedo, P. (2009). Participación de los padres de alumnos de educación primaria en las actividades académicas de sus hijos. Revista mexicana de investigación educativa, vol.11 no.1 Recuperado en 16 de septiembre de 2021, de http://www.scielo.org.mx/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1607-40412009000100012

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.