Quais são os perigos de consentir em excesso

Nossa imagem mental de uma criança cujos pais consentem muito é uma criança que faz birra, grita muito, não para de chorar e com quem não se pode racionalizar e nem conversar porque ela chora descontroladamente.
Quais são os perigos de consentir em excesso

Última atualização: 01 julho, 2018

Quando pensamos em quais são os perigos de consentir em excesso às crianças, um dos primeiros aspectos que vem à cabeça é o medo de que elas não saibam se comportar e vivam protagonizando cenas desagradáveis em público e na vida privada.

A birra é parte de uma etapa na qual a criança está descobrindo sua independência, entendendo o mundo e querendo fazer certas tarefas e atividades por si mesma. Mas sem experiência suficiente ainda. E quando se dá conta disso, ela se frustra, chora, esperneia, grita e nos faz perder a paciência .

A ideia é que você não perca a paciência. Observe o que aconteceu, compreenda a situação, acalme seu filho e explique o que aconteceu para que ele possa, por seus próprios meios, alcançar seus objetivos.

Essa etapa da vida surge, de acordo com a psicológa Rosa Jove, por volta dos dois anos de idade e vai sendo superada pouco a pouco. Nessa idade, seu filho vai aprendendo a lidar com a frustração e controlando o que pode fazer ou não. A criança vai aprendendo à medida que vai ganhando ferramentas e destrezas, que usa para resolver os problemas práticos e emocionais do seu dia a dia.

Então, essa é uma etapa crucial na qual você deve compreender e ensinar. O ideal é que isso aconteça em meio a um processo muito delicado, no qual deve haver ternura e firmeza.

O bendito ponto é encontrar o equilíbrio entre alguns aspectos que nos parecem contrários. Como assim ser doce e firme? Nós não sabemos muito bem e aí está o trabalho que devemos empreender. A firmeza não deve necessariamente ser brusca e áspera. Por outro lado, a doçura não deve ser permissiva nem complacente.

consentir em excesso

Consentir muito ou consentir pouco?

Certamente isso gera certa confusão. Não queremos maltratar nossos filhos, mas também não queremos consentir em excesso porque isso vai deixar as crianças malcriadas.

Primeiramente, permita-me esclarecer alguns termos. A palavra malcriado, como ela mesmo diz, implica em uma criação de baixa qualidade. O ponto é que a responsabilidade é dos pais, e não da criança, porque eles são os responsáveis pela criação.

E o segundo ponto é que a situação gera uma confusão mental nos pais porque não necessariamente sabemos ou intuímos o que estamos fazendo de errado, ou se sabemos, não temos certeza de como consertar.

Proponho, então, mudar o modelo de criação. Pôr em perspectiva o que aprendemos com nossos pais, o que lemos, o que descobrimos por nossos próprios meios e tirar o melhor de tudo isso.

Não devemos ter medo. Qual é o perigo de amar nossos filhos? Nenhum. Quais são os perigos de consentir em excesso às crianças? Pois bem, aí devemos fazer o exercício de entender outro termo, checando nossas ações para sabermos exatamente o que estamos fazendo certo e quando estamos sendo pouco rígidos, consentindo algo que será pouco ou nada benéfico para nossos filhos.

Esse exercício de auto-observação deve servir para mudarmos nós mesmos e o mundo que criamos a partir dos nossos atos.

consentir em excesso

A chave é o equilíbrio

Vamos direto para a origem da palavra. Segundo o Dicionário Aurélio, consentir é dar licença, permitir, tolerar, dar consentimento, concordar, anuir. Há outra definição, que explica que consentir é mimar seus filhos, sendo muito indulgente com eles.

Agora que sei isso e juntando todos argumentos, para mim, o segredo está em questionar o que estamos consentindo. Se se trata de aspectos negativos da personalidade de nossos filhos, estamos dando uma criação de má qualidade. Se são atividades que resultam prejudiciais para eles, também estamos errando.

O perigo dessa atitude é que nosso filho não vai amadurecer emocionalmente. Além de não saber diferenciar o que faz bem e o que não faz. Não há maior perigo que uma pessoa que faz coisas contra si mesma sem perceber, que age de forma inconsciente. Às vezes, isso acontece porque a criança não aprende a lidar com as emoções.

Se nosso filho chora e faz birra, isso é o resultado de não saber ainda como gerir suas emoções e o comportamento é um indicativo exterior desse problema. Se nosso filho responde de forma mal-educada ou não faz seus deveres, também é uma consequência da complacência, de não ter aprendido a ter disciplina, constância e mentalizado alguns valores.

E nós poderíamos nos cansar de enumerar traços negativos derivados de ter consentido em em excesso às crianças.

O processo de criação deve ser uma tarefa diária que enriquece nossa vida, que nos faz ser melhores.

Não há fórmulas mágicas e você irá descobrindo isso pouco a pouco, tendo em conta que às vezes as coisas serão difíceis. Portanto, saiba que será necessário ser sincero consigo mesmo. Haverá um tempo também em que sua personalidade e ações terão que mudar.


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