Quando falar sobre sexo com as crianças?

A educação sexual, como se costuma dizer, começa em casa. Não perca as oportunidades para conversar sobre esse tema com seus filhos.
Quando falar sobre sexo com as crianças?

Última atualização: 05 agosto, 2018

Por mais que você adie ou fuja do assunto, um dia o momento de conversar com as crianças vai chegar. Falar sobre sexo com as crianças é um dever que todas as mães e todos os pais devem encarar como algo natural, apesar do incômodo que possa causar.

Embora muitas pessoas achem que esse assunto só deve ser abordado durante a adolescência, a primeira conversa sobre sexo deveria ocorrer durante a infância.

O argumento de quem defende essa ideia parece ter sentido: Você deixaria temas como a alimentação ou a saúde dos seus filhos nas mãos da televisão ou da internet?

A essa ideia também podemos acrescentar a possibilidade de ser os amigos quem podem dar as primeiras informações sobre sexo aos seus filhos. Não é preciso responder. Sabemos com certeza que sua resposta é “não”.

Portanto, é melhor assumir as rédeas da situação e falar sobre sexo com as crianças. Hoje em dia, esse assunto não é mais um tabu. A informação desde cedo é muito importante.

Recomendações de acordo com a idade do seu filho

Apesar de ser adequado começar a falar sobre sexo com as crianças desde cedo, também não precisamos atormentá-las com informações que ainda não compreendem ou, simplesmente, que não lhes interessam. Reflita sobre esses conselhos para abordar o tema com tato de acordo com a fase da vida em que seu filho se encontra.

De 2 a 4 anos de idade

As crianças estão em processo de descobrimento do corpo. Seria positivo familiarizar os pequenos com termos como “pênis” ou “vagina” para que saibam seu significado e não tenham medo de conversas futuras sobre o tema.

Certamente também é fundamental ensinar o que significa a privacidade. Ou seja, conhecer as partes íntimas, suas funções e saber que ninguém pode tocá-las.

Falar sobre sexo com as crianças

De 4 a 5 anos

Se as crianças ainda não o fizeram, é nessa fase que podem começar a fazer perguntas sobre seus genitais. Inclusive, podem perguntar sobre o nascimento ou o lugar em que estavam antes de ir parar na barriga da mamãe. Não se preocupe. Tente explicar com naturalidade e deixe claro de novo os limites que devem estabelecer em relação aos genitais.

Entre 5 e 8 anos

É nesse momento em que as crianças começam a criar identidade de gênero . Não as limite restringindo os comportamentos, como ao falar “bonecas são para meninas” ou “carrinhos são para meninos”. Deixe-as ser e explorar as sensações do próprio corpo.

Assim como na fase anterior, tente responder todas as perguntas. É importante que, sem importunar, você deixe claro que está à disposição para responder às curiosidades dela com respeito e paciência.

“Hoje em dia, esse assunto não é mais um tabu. A informação desde cedo é muito valiosa.”

De 9 a 12 anos

Começam as primeiras paixões e a puberdade. Além disso, as crianças começam a se desprender dos pais e interagir com os colegas. O ideal é explicar progressivamente as mudanças pelas quais elas vão passar dentro de pouco tempo.

Principalmente as meninas, que estão na fase anterior da primeira menstruação. É nessa fase em que o funcionamento físico-químico do cérebro adquire as características de um adulto.

Dos 12 anos de idade em diante

Essa é a fase principal para falar sobre sexo com as crianças. Nessa fase, elas já estão com o funcionamento quase completo dos genitais. Por isso é necessário informar sobre as doenças sexualmente transmissíveis, os métodos contraceptivos e as responsabilidades que precisam ter.

Falar sobre sexo com as crianças

Conselhos para falar sobre sexo com as crianças

Apesar de não ser algo que envolva muitos segredos, é de extrema importância que você encare essa tarefa com muito tato. Para conseguir fazer isso, é aconselhável seguir algumas orientações:

  • Não dê sermões. Não é preciso dar uma aula de uma hora sobre o tema. É muito melhor aproveitar temas pontuais que podem surgir ao assistir televisão ou conversando sobre o dia na escola. Limite-se a esclarecer as dúvidas e, a não ser que seu filho faça outras perguntas ou peça algum conselho, espere a oportunidade para se aprofundar mais no assunto.
  • Não deixe o tempo passar. Ser cauteloso ou cautelosa não significa que você deve passar meses sem tocar mais no assunto. Se você fizer isso, só vai conseguir aumentar a pressão e o incômodo para quando vocês conversarem de novo sobre o assunto. Lide com naturalidade e o mais frequentemente possível.
  • Faça com que seu filho se sinta confortável. Obviamente, você não deve rir nem fazer piadas infelizes em relação a nenhuma pergunta do seu filho. Você deve responder de maneira clara, direta e, se for o caso, conte um pouco da sua experiência pessoal sobre o tema em discussão.

Assim como com muitos outros temas da vida, em relação à educação sexual, a comunicação e a prevenção são essenciais.

O conhecimento proporciona a capacidade de decidir com consciência e de maneira livre. Não se deve desperdiçar a oportunidade de falar sobre sexo com as crianças. Assim, você poderá ser um guia para seu filho por toda a vida.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.