Quando uma mulher é mãe, pensa em dobro

Onde quer que esteja, uma mãe sempre vai se preocupar com seus filhos, eles sempre serão um pedacinho do coração fora do corpo.
Quando uma mulher é mãe, pensa em dobro
Valeria Sabater

Escrito e verificado por a psicóloga Valeria Sabater.

Última atualização: 22 dezembro, 2021

Quando uma mulher é mãe, suas preocupações se multiplicam por dois, sua felicidade se eleva ao quadrado e as antigas tristezas ou inseguranças são divididas pela metade.

Esta estranha e complexa fórmula matemático-emocional é mais do que parece, pois será assim durante toda a vida, não importa se seu filho já for adulto.

À primeira vista, esse acúmulo de pressões, medos e preocupações pode ser um pouco estressante. Entretanto, não podemos esquecer que existe um nível ótimo e ideal de ansiedade responsável por manter nosso olhar e nossa mente sempre alerta.

Nós nos transformamos em criaturas atentas como aqueles pássaros que olham para o mundo de cima, com as asas abertas e os olhos bem afiados para detectar qualquer perigo, perceber qualquer oportunidade.

Quem pensa pouco erra muito, quem pensa o dobro comete apenas algumas falhas

-Leonardo da Vinci-

É claro, também não podemos esquecer do papel dos pais. Eles pensam duas vezes mais, sofrem o triplo e dão tudo por sua família.

No entanto, desde o primeiro momento que a mulher descobre que está grávida, ela experimenta um desdobramento inexplicável. Já não somos mais uma pessoa, somos duas.

Já não concebemos a nossa individualidade e a nossa identidade da mesma forma. Assim acontece também com nosso cérebro, com todas as suas mudanças químicas e hormonais. Ele é responsável por intensificar todas as emoções, os pensamentos, as preocupações, as dúvidas, etc.

No entanto, é preciso assumir todo esse processo como algo normal e natural. Por isso, é necessário gerenciar corretamente.

Pensar o dobro é bom, nos permite ser mais eficazes, hábeis e protetoras. Mas cuidado! Pensar demais não é aconselhável. Nosso nível de ansiedade passará dessa curva ideal de eficácia para entrar em um processo de estresse nada saudável.

Os superpoderes de uma mulher que é mãe preocupada

mulher é mãe

A mãe de hoje é geralmente uma mulher independente, que trabalha e que também está atualizada sobre as questões de criação e educação dos filhos.

Tudo isso transforma sua mente em um computador multitarefa atento a qualquer estímulo, interessado em qualquer tipo de informação e, o mesmo tempo, atenta à agenda, às rotinas, às obrigações e aos objetivos a serem cumpridos.

Uma mãe está “preparada” biologicamente para que nada fuja do seu controle

  • Dizer que as mães adquirem superpoderes durante a criação dos filhos é pouco.
  • O relatório intitulado “Comunicação materno-filial: vínculo de apego”, elaborado por especialistas da Universidade de Navarra, revela que a que a maternidade estimula a inteligência e as habilidades sensoriais.
  • Tudo isso é alcançado para um propósito muito específico: ter maior sucesso na criação dos filhos.
  • Especialistas em psicologia perinatal afirmam que, graças às novas técnicas de neuroimagem, foi descoberto que as áreas associadas ao sistema cognitivo-afetivo se ativavam muito mais no cérebro da mãe.
  • Outro fato interessante que foi possível descobrir é que nos primeiros meses de gravidez os ovários produzem entre 10 e 100 vezes mais progesterona, o que corta a produção de cortisol, responsável pelo estresse.
    • Isto se justifica por uma razão muito simples: o estresse elevado e sem controle prejudica o feto.
mulher é mãe

Além disso, algo que devemos descartar de uma vez por todas a ideia clássica de que a mulher que é mãe ou que acabou de dar à luz experimenta alguma lentidão ou confusão mental. Isto é falso.

Katherine Ellison, vencedora do Prêmio Pulitzer e autora de “Inteligência de mãe: como a maternidade nos torna mais espertas”, diz que é exatamente o contrário.

A maternidade é responsável por uma mudança incrível em nosso cérebro: isso nos permite estar mais alertas, mais intuitivas e mais receptivas a qualquer estímulo.

Pense o dobro, se preocupe com o seu bebê, mas nunca descuide de si mesma

Não devemos perder de vista um fato essencial: a maternidade coloca o nosso nível de atenção no máximo. No entanto, esse nível de ansiedade prolongado pode ser cansativo ao longo do tempo.

Nós amadurecemos quando sentimos que a nossa preocupação pelos outros é maior do que com nós mesmos

-Albert Einstein-

Descansar de vez em quando, e acima de tudo, se priorizar nunca será um pecado capital, mas sim uma necessidade vital.

Ninguém é uma mãe ruim por tomar uma tarde livre para si mesma e deixar que o papai faça as mesmas tarefa que você sempre faz.

Ninguém pode criticá-la se você decidir tirar uma soneca enquanto ainda há tarefas domésticas pendentes ou se você quiser passar uma tarde relaxada com seu filho e outras mamães.

  • Tenha as suas prioridades bem claras: você e a sua família.
  • Evite se deixar levar por preocupações excessivas e pensamentos ruminantes que não levam à lugar nenhum.
    • Por exemplo, o medo de que seu filho não deixe a fralda quando deveria, que ele não ande quando você acha que é a hora ou não fale muito mesmo se já tiver completado três anos.
    • Tudo acontecerá ao seu tempo, no seu momento e quando o desenvolvimento natural do seu bebê for propício.
  • Você também deve evitar que outras pessoas a contagiem com suas preocupações, medos ou ansiedades. A criação e a educação de um filho já é bastante complexa, por isso evite carregar pesos que não são seus e pressões externas que não lhe pertencem.
mulher é mãe

Para concluir: sentir medos, pensar demais, ter dúvidas e preocupações, é totalmente normal quando você se torna mãe. Mas nunca se esqueça de uma coisa: você está bastante preparada para fazer isso maravilhosamente bem.


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