O que não fazer se você tiver um filho tímido?
Se você está aqui, deve ter notado que seu filho tem algumas desvantagens por ser tímido. Por exemplo, ele é desencorajado a se aproximar de outras crianças no parque, mesmo querendo brincar com elas. Além disso, ele fica vermelho quando algum adulto não tão próximo lhe faz perguntas pessoais. Em resumo, ao chegar em uma reunião social, ele se agarra às suas pernas e esconde a cabeça atrás delas.
Você já tentou ajudá-lo a agir naturalmente na frente de outras pessoas e a gostar de conversar ou brincar com elas, mas ele mantém a mesma atitude. Algo a ter em mente é que os pais costumam estragar esse tipo de problema, mesmo que nossas intenções sejam as melhores. Às vezes, adicionamos complexidade ao problema em vez de ajudar. Você quer saber o que é melhor não fazer com uma criança tímida? Continue lendo.
O que é a timidez?
A timidez é um traço de personalidade associado à sensação de desconforto e insegurança em situações sociais. Dependendo do grau, as consequências na interação interpessoal podem ser mais ou menos perceptíveis. Estas são algumas das manifestações mais comuns de timidez na infância:
- Evita contato visual com pessoas em quem não há confiança o suficiente.
- Usa um tom de voz bem baixo.
- Há dificuldade em iniciar uma conversa.
- Isolamento em eventos sociais como aniversários ou outras comemorações.
- Dificuldade para falar em público ou participar das aulas.
“A criança tímida fala pouco, mesmo que tenha um desenvolvimento de linguagem adequado, a menos que seja com pessoas com quem se sinta segura.”
– Mota, A. –
Se seu filho é tímido, você não deve fazer essas coisas
Nos casos mais graves, a timidez pode levar a uma fobia ou ansiedade elevada. Em outros, pode até ser benéfica se estimular a criança a ser mais prudente e cautelosa ao interagir com outras pessoas. A seguir, confira quais são as coisas que você não deve fazer se seu filho for tímido.
1. Forcar uma interação
Pressionar uma criança a se relacionar é contraproducente. Se insistirmos em abordar outras crianças em um local público ou iniciar uma conversa com pessoas que ela mal conhece, podemos gerar o resultado contrário ao que esperávamos. Possivelmente, o sentimento de ansiedade aumentará. Portanto, é provável que seu filho se retraia ainda mais.
Forçar uma criança a interagir quando ela está desconfortável pode fazê-la se sentir vulnerável e exposta. Portanto, evitemos impor uma atitude que ela não está pronta para adotar. Uma alternativa melhor é estimular a exposição gradual a situações sociais para que, aos poucos, a criança possa potencializar suas habilidades sociais. Tenha em mente que você deve sempre manter empatia e respeito por ela.
2. Proteger excessivamente
Da mesma forma que forçar uma criança a interagir não funciona, o mesmo vale para a proteção excessiva. De fato, uma das consequências mais significativas da superproteção é que as crianças não conseguem descobrir suas próprias capacidades relacionadas ao nível social, porque os pais falam por elas.
É importante encontrar o meio-termo. Em uma situação social, você pode estar atenta ao seu comportamento, sem que isso signifique evitar a todo custo que seu filho sinta algum desconforto. Permita que ele enfrente esses desafios pouco a pouco e respeite seu tempo.
3. Rotular
Você nunca deve colocar um rótulo em seu filho. Categorizar uma criança como tímida, insegura ou retraída não é positivo. Além disso, devemos evitar comentários como “Você é muito tímido” ou “ É uma criança que não se sente à vontade quando está com as pessoas”.
Além disso, é essencial parar de assumir que em qualquer situação social ou atividade de grupo a criança não será capaz de funcionar naturalmente. Lembre-se de que o pequeno está em pleno desenvolvimento e está em fase de construção de sua própria identidade, portanto não é correto afirmar com certeza que ele é tímido.
4. Comparar com outras crianças
Outra questão que é melhor evitar é a comparação com outras crianças. Há crianças que são extrovertidas ao extremo, gostam de conversar com cada pessoa que encontram e se fazem notar em cada lugar. Por sua vez, outras escolheriam se tornar invisíveis se pudessem.
Para a timidez: validação, espaço e conselhos
Para ajudar seu filho, é essencial que você considere suas emoções, seus problemas e suas atitudes como válidos. É essencial não tomá-lo como motivo de escárnio ou ridículo. Manter uma postura paciente e compreensiva ajudará o pequeno a se sentir gradualmente seguro para enfrentar situações que são desafiadoras para ele.
Por outro lado, é essencial que você dê espaço a ele. Quando alguém lhe fizer uma pergunta, você não deve responder por ele. Não importa quanto tempo levar para ele responder ou a resposta que ele der. Inclusive, também não importa se a criança não responder! Não é necessário que você preencha seus silêncios, pois para ele são oportunidades.
É a partir desses pequenos desafios que a criança poderá adquirir ferramentas para se relacionar com outras pessoas de forma satisfatória. Por fim, lembre-se de que você sempre pode consultar um profissional formado em psicologia infantil para trabalhar a timidez.
Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.
- Dorta Pérez, Y. (2020). La timidez en la infancia: un aspecto a considerar en las aulas de Educación Infantil.
- Mota, A. V. (2009). La Timidez Infantil. Málaga.