Transtornos psicossomáticos em crianças

Os transtornos psicossomáticos costumam aparecer quando a criança chega ao extremo da sua capacidade de resistência emocional. Para prevenir esses transtornos, é importante considerar certas ações, além de ficar sempre atento aos possíveis sintomas de angústia ou estresse.
Transtornos psicossomáticos em crianças
María Alejandra Castro Arbeláez

Escrito e verificado por a psicóloga María Alejandra Castro Arbeláez.

Última atualização: 24 março, 2018

Certamente você já ouviu falar de muitos transtornos em crianças. Você sabia que existem alguns transtornos físicos nas crianças que têm sua origem em fatores psicológicos? São os transtornos psicossomáticos em crianças e, a seguir, contaremos a você tudo sobre eles.

Os transtornos psicossomáticos em crianças são definidos como transtornos que aparecem por causa de uma má gestão emocional. Quando uma criança não é capaz de controlar suas próprias emoções, qualquer problema pode ser exteriorizado em forma de transtorno físico.

Não é um problema só de crianças. Os adultos podem desenvolver os mesmos transtornos pelas mesmas causas. Por isso, as pessoas afetadas podem sofrer desse tipo de transtorno desde a infância até a velhice. Prestar atenção aos sintomas e procurar os profissionais adequados pode ajudar a minimizar os danos, tanto os físicos quanto os psicológicos.

Quais são as causas dos transtornos psicossomáticos em crianças?

No caso das crianças, a gestão emocional ausente ou deficiente costuma levá-las a desenvolver esses transtornos. Quando um problema afeta uma criança, ela se vê imersa em um conjunto de emoções que surgem em consequência desse problema.

Mas como expressar com palavras o que se sente? Muitas crianças não sabem como colocar em palavras o que acontece com elas ou não se sentem ouvidas para fazer isso.  Se essa situação acontecer, a problemática fica na psique da criança, fazendo com que, mais cedo ou mais tarde, o corpo responda.

Esses transtornos são reais e suas complicações também podem ser. Não é tão simples quanto tratar uma criança com remédio. O mal-estar psicológico também deve ser manifestado e tratado.

 “No caso das crianças, a gestão emocional ausente ou deficiente costuma levá-las a desenvolver esses transtornos.”

Sintomas dos transtornos psicossomáticos em crianças

É difícil distinguir entre um transtorno de origem física e um que seja proveniente de uma mal-estar psicológico. É necessário prestar atenção porque podemos estar focando a solução – de maneira incorreta – a partir de um ponto de vista exclusivamente físico.

As crianças costumam somatizar através de:

  • Sistema digestivo. Em forma de diarreia, vômitos ou dores de estômago.
  • Sistema respiratório. Asma ou ataques nos quais a respiração fica entrecortada e acelerada.
  • Pele. Psoríase ou eczemas que produzem diferentes problemas na pele.
  • Dores de cabeça, dor abdominal ou dores em outras partes do corpo.
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Em relação à possível origem psicológica, há muitas situações que podem resultar em transtornos físicos. Qualquer acontecimento que a criança não seja capaz de entender ou assimilar pode resultar nos sintomas mencionados acima.

É preciso prestar atenção especial em acontecimentos como: a separação ou o divórcio dos pais, o nascimento de irmãos, as mudanças de escola, o bullying escolar ou níveis muito altos de autocobrança.

Estimar há quanto tempo a criança convive com esses problemas é fundamental, assim como reconhecer se houve algum acontecimento que possa ter influenciado.

 “O problema é que os médicos de hoje separam a alma do corpo”
-Platão-

O que fazer perante os transtornos psicossomáticos em crianças?

Não existem soluções milagrosas para esse problema. Mas existem certos conselhos que podem ser úteis:

  • Ensinar sobre gestão emocional. Sempre é positivo ajudar a criança a conhecer suas próprias emoções e ensinar como se pode expressá-las de uma forma saudável.
  • Perguntar à criança sobre seu dia a dia. Como adulto, alguns acontecimentos podem parecer pouco importantes, mas para seu filho podem ser vitais. Preocupar-se com o que aconteceu pode dar pistas para saber se alguma coisa está incomodando a criança.
  • Procurar a origem do mal-estar. Procurar saber desde quando a criança sente dor, em quais situações dói mais ou se existe algum momento sem dor. Pode haver períodos de descanso, que normalmente ocorrem quando a criança se sente afastada do problema que a afeta.
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  • Permitir que se expresse. Pode ser difícil no começo, mas saber que você está disponível será de grande ajuda para a criança. Não consiste em fazer pressão com perguntas, mas, sim, em se oferecer para escutar quando for preciso.
  • Evitar brigar se a criança não for capaz de expressar o que a aflige. Se ela não for capaz de colocar em palavras o que sente, brigar vai aumentar o problema.

Por fim, não se esqueça de que a intervenção de um profissional da área de psicologia pode ser necessária. Os transtornos psicossomáticos costumam aparecer quando a criança chega ao extremo da sua capacidade de resistência emocional.

Não se recuse a oferecer essa ajuda, além dos possíveis conselhos do pediatra.


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  • Cornellà I Canals, J. (2008). Trastornos psicosomáticos. Pediatria Integral.
  • Pedreira, J. ., Palanca, I., Sardinero, E., & Martin, L. (2001). Trastornos psicosomáticos en la infancia y la adolescencia. Rev. Psiquiatria y Psicol. Del Niño y Adolescente.

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