Vacina anti-D na gravidez: o que acontece se eu não tomar?

A vacina anti-D em mulheres grávidas com grupo sanguíneo Rh-D negativo evita complicações no bebê.
Vacina anti-D na gravidez: o que acontece se eu não tomar?

Última atualização: 08 agosto, 2021

Durante a gravidez, o tipo sanguíneo da mãe e do bebê nem sempre são iguais, e isso pode desencadear situações de risco de vida para o feto. A incompatibilidade sanguínea do fator Rh é uma doença comum que pode ser prevenida com a administração da vacina anti-D durante a gravidez.

Essa condição de saúde ocorre em aproximadamente 10% das gestações, mas graças à vacina, apenas 1 em cada 1000 nascidos vivos sofre complicações por essa causa. Vamos ver então o que acontece quando a mãe não a toma.

Importância do fator Rh na gravidez

Os glóbulos vermelhos (eritrócitos) são as células responsáveis pelo transporte de oxigênio no sangue. Em suas membranas externas, apresentam várias proteínas, entre elas as que determinam o grupo sanguíneo (denominado A, B ou O ) e o fator (denominado Rhesus ou ‘ antígeno D ‘).

Nesse sentido, a presença ou ausência dessas proteínas determina o tipo sanguíneo de uma pessoa.

Se a mulher expressa a proteína do grupo A, dizemos que seu sangue é A-positivo e se a proteína Rh também está presente, dizemos que ela é Rh-D positiva. Pelo contrário, quando a proteína Rh está ausente, dizemos que ela é Rh-D negativa.

Depois do sistema ABO, o fator Rh é o determinante sanguíneo mais importante devido às suas implicações médicas. Por esse motivo, tanto o grupo quanto o fator sanguíneo maternos são analisados rotineiramente em todas as gestações.

 

O que faz a vacina anti-D na gravidez?

Quando a mãe e o pai têm fatores Rh-D diferentes, o risco de incompatibilidade entre ela e o bebê aumenta. Isso só acontecerá se a mãe for Rh-D negativo e o pai Rh-D positivo, porque é altamente provável que o bebê herde o tipo sanguíneo do pai.

No momento do parto ou em procedimentos médicos invasivos, como um aborto ou uma cirurgia, o sangue da mãe e do feto entram em contato.

A partir daí, o corpo da mulher reconhece a presença dos eritrócitos Rh-D positivos do bebê e produz anticorpos anti-Rh-D contra eles. A mulher grávida fica então sensibilizada para o fator Rh-D para sempre.

Quando uma mulher é sensibilizada ao fator Rh, ela pode passar esses anticorpos anti-Rh-D para o bebê através da placenta. Se o feto for fator Rh-D positivo, esses anticorpos atacarão seus glóbulos vermelhos e os destruirão, causando uma anemia grave chamada hemolítica.

Para que serve a vacina anti-D na gravidez?

Para prevenir essas complicações de incompatibilidade de Rh entre mãe e bebê, foi criada uma vacina chamada Imunoglobulina anti-D.

Essa vacina contém anticorpos específicos contra o antígeno Rh-D que serão “emprestados” à mãe para evitar que ela fabrique os seus próprios no caso de algum eritrócito Rh-D positivo entrar em seu organismo. Dessa forma, evita-se que a mãe se sensibilize e ponha em risco a vida do bebê.

Quais mulheres grávidas devem receber a vacina anti-D?

De acordo com o que discutimos anteriormente, a vacina anti-D só é necessária para mães Rh-D negativa cujo parceiro é Rh-D positivo, a fim de prevenir a sensibilização.

Entre as indicações específicas para a administração dessa vacina encontramos as seguintes:

Em qual semana de gravidez a vacina anti-D é aplicada?

A vacina anti-D é administrada em duas doses:

  1. A primeira entre 26 e 28 semanas de gravidez, para prevenir a isoimunização na fase fetal.
  2. A segunda, 72 horas após o nascimento do bebê. Nesse período, o corpo da mãe pode desencadear uma resposta imunológica contra os glóbulos vermelhos do bebê que podem ter entrado em seu sangue durante o parto.

Se, após o nascimento, for constatado que o bebê é Rh Negativo, não é necessário administrar a segunda dose da vacina.

Ao administrar essa vacina, é importante que os profissionais de saúde avaliem se a mulher apresenta algum dos seguintes problemas de saúde:

  • Dor ou mal-estar geral antes da vacinação.
  • Histórico de reação alérgica a outras imunoglobulinas recebidas anteriormente.
  • Deficiência de vitamina A, pois pode desencadear reações alérgicas.
  • Vacinação recente, por ter recebido uma vacina de vírus vivo é possível que seu sistema imunológico não produza uma quantidade adequada de anticorpos.

A vacina anti-D deve ser administrada em cada gravidez e os resultados são bem-sucedidos em 96% dos casos.

O que acontece se você não tomar a vacina D?

Se a vacina anti-D não for administrada, a mãe pode produzir anticorpos específicos anti-Rh que atravessam a placenta e atacam os glóbulos vermelhos do bebê. Isso resultará em doença hemolítica ou eritroblastose fetal.

Normalmente, essa condição ocorre na segunda gravidez, depois de a mãe ter sido sensibilizada na primeira gravidez.

Doença hemolítica do recém-nascido

 

A doença hemolítica do recém-nascido é desencadeada pela incompatibilidade do fator Rh-D entre o bebê e sua mãe e se caracteriza pelo ataque do sistema imunológico materno às hemácias fetais.

Essa destruição dos glóbulos vermelhos causará anemia no bebê dentro do útero, cuja gravidade vai variar em cada caso. Quando a gravidade for tão elevada a ponto de comprometer o transporte de oxigênio aos tecidos, o quadro pode culminar em morte fetal.

Existem algumas maneiras de evitar esse resultado e poder levar a gravidez até o fim, como a transfusão de sangue para o feto Rh-D negativo. Isso é feito através dos vasos sanguíneos do cordão umbilical e é muito eficaz. Porém, é indicado apenas em casos de anemia fetal grave, pois pode desencadear um parto prematuro.

Lembre!

O aspecto mais importante dessa condição é que ela pode ser prevenida com o uso da vacina anti-D. Para isso, é importante que você faça consultas pré-natal periodicamente e certifique-se de tomar a vacina na semana correspondente.


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