3 coisas que você deve saber sobre sua boca se estiver grávida

Durante a gravidez, a mulher experimenta mudanças em todo o corpo, inclusive na boca. Contamos tudo o que você precisa saber sobre a cavidade oral nessa fase.
3 coisas que você deve saber sobre sua boca se estiver grávida

Última atualização: 23 maio, 2022

O corpo da futura mãe passa por muitas transformações durante a gestação de um bebê, e com elas surgem centenas de dúvidas. Por esse motivo, neste artigo contaremos tudo o que você precisa saber sobre sua boca se estiver grávida.

Alterações hormonais, aumento da irrigação das gengivas, náuseas e desejos podem aumentar o risco de doenças bucais nessa fase. E algumas delas podem trazer sérias complicações gestacionais.

Portanto, é importante saber com antecedência o que acontece com sua boca quando você está grávida e como manter sua saúde bucal em boas condições. Leia e descubra.

1. Quando é conveniente visitar o dentista

Idealmente, a primeira visita ao dentista deve ocorrer antes de engravidar, quando você está planejando sua gravidez. Assim, o profissional terá a oportunidade de realizar todos os tratamentos necessários para deixar sua boca saudável antes da concepção.

Uma vez confirmada a gravidez, também é necessário visitar o dentista e informá-lo sobre a novidade. Inclusive marque uma consulta para cada trimestre, para que o profissional auxilie você e preste os cuidados pertinentes.

“Quando uma mulher planeja engravidar ou fica sabendo de sua gravidez, ela deve solicitar uma consulta de check-up com seu dentista.”

-Sociedade Espanhola de Odontopediatria-

Caso seja necessário realizar algum procedimento, o profissional indicará o momento adequado para isso. O ideal é que as intervenções sejam coordenadas para o segundo trimestre, pois é o mais seguro para o bebê e o mais confortável para você.

Seu dentista também realizará algumas práticas preventivas, como limpezas dentárias e aplicações de flúor, quando julgar apropriado. Além disso, ensinará como manter a boca saudável e quais aspectos levar em consideração para preservar a saúde bucal do bebê ao nascer.

Você deve saber que durante a gravidez é seguro receber anestesia, fazer resinas compostas, endodontia e extrações. E se o dentista achar pertinente, também pode fazer radiografias com a proteção adequada.

Caso você precise, o profissional poderá prescrever medicamentos seguros para uso durante a gravidez. Portanto, se você tiver algum problema na boca, é muito importante que procure seu dentista de confiança.

Mulher grávida sendo examinada por dentista.
Os check-ups odontológicos durante a gravidez oferecem múltiplos benefícios para a saúde da mãe e do bebê. Portanto, é conveniente realizá-los antes da concepção e durante os três trimestres da gravidez.

2. Alterações que ocorrem na boca da gestante

A boca não é estranha às mudanças gestacionais, pois os hormônios afetam todos os tecidos do corpo. Mas as mudanças na dieta e nos hábitos de higiene também funcionam.

Estas são as alterações mais frequentes que as grávidas sofrem na boca:

  • Gengivite: as gengivas ficam inflamadas e vermelhas, inchadas, incômodas e sangram facilmente. Esse problema está associado à presença de placa bacteriana e tártaro nos dentes devido à higiene bucal inadequada, embora as alterações hormonais e a maior irrigação dos tecidos também favoreçam o seu aparecimento.
  • Periodontite: é a evolução da gengivite não tratada, na qual germes patogênicos atacam os tecidos que sustentam os dentes. A infecção localiza-se em um plano mais profundo, o que favorece a destruição do osso maxilar. Por esse motivo, é comum que alguns dentes se movam e até caiam. Mas isso não é tudo, pois esse distúrbio também está associado a complicações gestacionais. Portanto, seu tratamento oportuno é essencial.
  • Cárie dentária: as mulheres grávidas podem mudar seus hábitos de higiene bucal evitando a escovação devido a náuseas ou desconforto gengival. Somado a isso, o ambiente bucal é acidificado por vômitos e refluxo e até mesmo por desejos por alimentos doces. Por sua vez, os hormônios causam boca seca, o que limita a lubrificação protetora da saliva. Todas essas condições favorecem o aparecimento de cárie e a consequente destruição dentária.
  • Epulis gravídico: é um tumor benigno localizado na gengiva, que é gerado quando fica inflamada. Dói, sangra e dificulta a fala e a mastigação. No entanto, desaparece sozinho após o parto.
  • Xerostomia: as alterações hormonais causam menos produção de saliva em algumas mulheres, o que aumenta o risco de cárie dentária e mau hálito.

3. O estado da boca da gestante influencia na saúde do bebê

O que acontece na boca afeta outras partes do corpo. Assim, em gestantes, as condições bucais influenciam no desenvolvimento do bebê.

Uma mãe que tem cárie ou periodontite tem maior risco de complicações gestacionais. Por exemplo, partos prematuros, contrações, bebês com baixo peso ao nascer e pré-eclâmpsia.

Além disso, a má saúde bucal da mãe pode afetar a saúde bucal do bebê após o nascimento. Vale ressaltar que os problemas dentários estão associados à presença de um elevado número de germes na boca, que são transmitidos através da saliva.

Uma mãe com muitas bactérias na boca pode transmiti-la ao filho devido à constante proximidade. Isso aumenta o risco de o bebê desenvolver futuros problemas bucais.

Mãe abraçando bebê.
A saúde bucal da mãe é essencial para preservar a do bebê após o nascimento.

Como cuidar da boca se estiver grávida

Para manter a boca saudável e evitar complicações durante a gravidez, é conveniente ficar atenta aos seguintes cuidados:

  • Escovar os dentes após cada refeição ou pelo menos 2 vezes ao dia durante 2 minutos.
  • Usar fio dental para limpar a área entre os dentes.
  • Complementar a higiene com cremes dentais fluoretados e enxaguantes dentários apropriados, se o dentista recomendar. Se deixarem você enjoada, mude o sabor.
  • Beber muita água e evitar bebidas açucaradas e refrigerantes carbonatados.
  • Manter uma alimentação equilibrada, nutritiva e variada. Tente comer alimentos ricos em cálcio, vitaminas e minerais. E reduza a ingestão de açúcar e alimentos ultraprocessados.

E como já dissemos, lembre-se de visitar o dentista a cada trimestre. Com esses cuidados, você pode desfrutar de estar grávida e sorrir com uma boca saudável.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Flores, J., Oteo, A., Mateos, L., & Bascones, A. (2004). Relación entre enfermedad periodontal y parto prematuro. Bajo peso al nacimiento: una revisión de la literatura. Avances en Periodoncia e Implantología Oral16(2), 93-105.
  • García, R. C., Culqui, S. F., Benalcázar, R. Q., Raymi, A. C., Navarro, M. P., & Vásquez, Ó. T. (2019). Enfermedad periodontal asociada al embarazo. Revista Científica Odontológica7(1), 132-139.
  • Carranza Villao, K. B. (2020). Gingivitis asociada al embarazo (Bachelor’s thesis, Universidad de Guayaquil. Facultad Piloto de Odontología).
  • Guzmán Espinoza, K. N. (2021). Inflamación gingival asociada a factores de riesgo en el embarazo (Bachelor’s thesis, Universidad de Guayaquil. Facultad Piloto de Odontología).
  • Candina, H. J. R., Batista, A. J. H., & Fonte, E. T. P. (2018). Enfermedad periodontal en gestantes del primer y tercer trimestre del embarazo. Revista Cubana de Investigaciones Biomédicas37(2), 18-26.
  • Mancheno Valenzuela, C. L. (2021). Odontología preventiva durante el embarazo (Bachelor’s thesis, Universidad de Guayaquil. Facultad Piloto de Odontología).
  • Ramos Pizaña, M. (2018). Evaluación de muestras salivales para determinación de carga microbiana cariogénica en mujeres gestantes (Doctoral dissertation, Universidad Autónoma de Nuevo León).
  • Alfaro Alfaro, A., Castejón Navas, I., Magán Sánchez, R., & Alfaro Alfaro, M. J. (2018). Embarazo y salud oral. Revista Clínica de Medicina de Familia11(3), 144-153.
  • Cuesta, A. L. (2020). Incidencia de Caries y Enfermedad Periodontal en Pacientes Embarazadas (Doctoral dissertation, Universidad Nacional de La Plata).
  • Aulestia Jácome, A. N. (2022). Factores de riesgo de infectividad bucal en pacientes pediátricos. Revisión de la literatura.
  • Astoreca, V., & Mercadier, M. Importancia de la promoción y prevención de la salud bucodental en la embarazada, su relación con binomio madre-hijo y cuidados del niño en la primera infancia.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.