Como tratar o vício em novas tecnologias em adolescentes

O vício em novas tecnologias se manifesta nos adolescentes por meio de um sentimento de desconforto e nervosismo quando estas não estão disponíveis para eles. Saiba o que fazer a respeito.
Como tratar o vício em novas tecnologias em adolescentes

Última atualização: 16 agosto, 2022

Quantas atividades ou facetas da nossa vida são atravessadas pela tecnologia e quantas não são? Se nos concentrarmos na resposta, talvez até nos dê calafrios. Nesse sentido, mesmo quando estamos ao ar livre e desfrutamos de uma paisagem verde, costumamos tirar uma foto para compartilhar nas redes sociais. É assim que a tecnologia permeia nossas vidas em todos os cantos. E, embora ofereça múltiplos benefícios, seu uso indevido traz certos riscos, principalmente em idade precoce. Vejamos como lidar com casos de vício em novas tecnologias em adolescentes.

Adolescentes e novas tecnologias

O vício em tecnologia é agora reconhecido como parte dos vícios comportamentais. Ou seja, aqueles que estão relacionados a comportamentos e que nada têm a ver com o uso de substâncias.

O que marca o início do vício é que o objeto (tecnologia) se torna o centro de tudo. Consequentemente, problemas no desempenho acadêmico, dificuldades interpessoais, aborrecimentos e irritabilidades são evidentes em adolescentes quando são avisados que passam muito tempo usando seus aparelhos eletrônicos.

É assim que o vício em tecnologia, que começa como uma atividade prazerosa, causa uma deterioração na vida da pessoa. Novos termos de saúde foram até cunhados, como nomofobia, que é a dependência do telefone celular.



A nomofobia é um vício que aflige cada vez mais os jovens. É o medo de não ter o celular por perto ou não estar conectado à internet.

Sinais para identificar o vício em tecnologia em adolescentes

Para começar, é importante diferenciar o uso excessivo de novas tecnologias da dependência.

É possível que o adolescente escolha ficar em frente a uma tela o tempo todo, mas se for proposta outra atividade de seu agrado, ele pode optar pela última e deixar de lado a primeira. Por outro lado, aqueles que experimentam um vício em tecnologia sentem um desconforto intenso por não conseguirem usar seus dispositivos.

Embora ambas as situações exijam assumir o controle do assunto, é importante não confundi-las. Vejamos alguns dos sinais que sugerem um vício em tecnologia em adolescentes:

  • Mudanças emocionais: o fato de não poder usar a tecnologia causa desconforto, ansiedade, angústia, agressividade e nervosismo.
  • Perda de interesse em outras atividades: os adolescentes só querem ficar na frente da tela.
  • Deterioração nas relações familiares e com os amigos: o isolamento a que se submetem para usar seus aparelhos afeta o contato com outras pessoas.
  • Negação do conflito: o jovem se aborrece quando o ouve uma reclamação quanto ao seu uso inadequado ou excessivo da tecnologia.
  • Baixo rendimento escolar: o uso da tecnologia ocupa o tempo que deveria ser dedicado ao estudo.
  • Distúrbios do sono: o adolescente fica acordado até tarde da noite ativo em seus dispositivos ou tem dificuldade para adormecer devido à ansiedade e ao nervosismo que essa dependência gera.

Dicas para tratar o vício em novas tecnologias em adolescentes

É importante estabelecer regras claras sobre o uso de aparelhos eletrônicos, tanto na escola quanto em casa. O jovem deve saber que o não cumprimento das instruções trará consequências.

Como ponto de partida, é preciso saber que o trabalho deve envolver todo o ambiente do adolescente, ou seja, a família, os professores e as autoridades da escola.

Algumas das recomendações a considerar sobre o vício em novas tecnologias em adolescentes são as seguintes:

  • Na escola, as famílias devem ser conscientizadas sobre o uso adequado dos dispositivos móveis.
  • Estabelecer regras claras sobre o uso da tecnologia em todas as áreas, tanto na escola quanto em casa.
  • Informar-se e informar os jovens sobre tecnologias e propostas de consumo para orientá-los e servir de filtro para determinadas mensagens. Dependendo da idade, alguns controles parentais também podem ser definidos nos aplicativos.
  • Dialogar com os jovens sobre os riscos do uso da internet e das redes sociais. Eles devem ser educados e conscientizados sobre privacidade e cyberbullying, entre outros tópicos.
  • Definir bloqueias para notificações ou configurar um aviso sobre o tempo de uso da rede no telefone.
  • Propor outras atividades, como praticar esportes ou fazer passeios recreativos.
  • Não proibir o uso de tecnologias. Ao contrário, o ideal é promover o seu consumo responsável e consciente. É importante acompanhar os jovens para refletir sobre o impacto negativo que o uso inadequado da tecnologia pode ter em todas as áreas de suas vidas.
  • Pedir ajuda profissional se necessário. É muito importante saber que a característica de um vício é a dependência e a perda de controle. Portanto, se observarmos tais comportamentos, é aconselhável fazer uma consulta inicial com um especialista para que recebamos ajuda e orientação a fim de avaliar a gravidade do assunto.



Nos questionar sobre o uso da tecnologia

Por fim, quando pensamos no vício em tecnologia em adolescentes, também precisamos ser capazes de rever e refletir sobre nosso próprio comportamento. Por exemplo, se estivermos conectados ao celular o dia todo ou se atendermos com frequência chamadas de trabalho em reuniões de família, transmitiremos a mensagem de que a tecnologia pode ocupar o centro de nossas vidas.

Às vezes, nossos filhos nos fazem perguntas ou nos dizem algo e demoramos um pouco para responder porque estamos sintonizados com o que está acontecendo na tela. Nesse sentido, as boas práticas devem começar em casa, pois só assim podemos ensinar bons valores aos nossos jovens.


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