Crianças respondonas: por que meu filho me responde?

As crianças respondonas costumam deixar os pais loucos. Mas há motivos específicos que fazem com que essas crianças respondam dessa forma. Descubra nesse artigo!
Crianças respondonas: por que meu filho me responde?

Última atualização: 04 julho, 2018

Mesmo que as crianças respondonas e rebeldes costumem nos deixar loucas, essas atitudes fazem parte da maneira pela qual manifestam seus sentimentos. Ficou para trás o tempo em que seu bebê se adaptava aos hábitos e às exigências impostas. Agora a criança busca reafirmar sua personalidade.

Existem vários motivos que interferem na formação das crianças respondonas. Pois, são muitas as causas que podem provocar situações desfavoráveis no equilíbrio psicológico e emocional das crianças. Por isso, neste artigo, vamos esclarecer por que seu filho tende a responder e quais são os planos de ação que você deve adotar.

O problema das crianças respondonas

Por que existem muitas crianças respondonas? Por que nossos filhos perdem a admiração e o respeito por nós? Há uma resposta simples e básica. Trata-se de mais uma fase do crescimento na qual, desde os 9 anos de idade, as crianças buscam se desvincular afetivamente dos pais e reafirmar sua personalidade.

Isso se deve ao fato de que, durante o crescimento, os pequenos precisam se diferenciar dos pais para formar a própria identidade. E, precisamente, a saída mais simples é se diferenciar da única coisa que conhecem, a família. É nesse momento que começa a fase das contestações, que se estende até a adolescência.

Esse novo estágio vem para destruir aquele no qual o pequeno via seu pai ou sua mãe como os melhores do mundo. Eles eram os mais bonitos, inteligentes e fortes. Até esse momento, o pequeno dependia emocionalmente da percepção dos pais para construir a própria autoestima.

Entretanto, com o passar dos anos, esse mesmo sentimento de admiração e adoração se desfaz, já que se torna mais realista. O pequeno começa a observar antagonicamente seus progenitores. Os pais passam a ser aqueles que fazem tudo errado e não sabem nada.

Por isso, a ideia de que as crianças respondonas são rebeldes e desobedientes é muito errada. Mesmo quando a visão do adulto sobre esse infeliz comportamento não coincida com a de uma “criança bem educada”. Em suma, esse comportamento é necessário e positivo para desenvolver a personalidade das crianças.

Crianças respondonas: o que está por trás delas?

A psicologia explica o fenômeno das crianças respondonas a partir do sistema de aprendizado baseado na fórmula “ação e reação”. Esse par vai definir se esse comportamento da criança continuará a ser um problema no futuro ou se será uma circunstância passageira, de acordo com a postura que você vai adotar como autoridade.

crianças respondonas

Além disso, uma série de pesquisas psicológicas revelou que o fato de contestar, nas crianças, reveste uma maneira de demonstrar a independência delas, manifestar com liberdade as próprias ideias e deixar visível a capacidade de tomar pequenas decisões.

Então, mesmo que seja difícil não repreender essas atitudes, os especialistas concordam que é melhor investigar as causas das irritações e ensinar os pequenos a expressar adequadamente os sentimentos. Expressar de uma forma mais aceitável e dentro dos limites do respeito e da consideração.

A ideia é educar emocionalmente, já que quando as crianças respondonas contestam agressivamente, elas expressam irritação, frustração, medo e, inclusive, mostram que se sentem feridas. Em si, o problema não se relacionaria aos sentimentos do pequeno, mas ao modo como ele os expressa.

Por que as crianças deixam de idolatrar os pais?

Considerando o desenvolvimento cognitivo

Levando em consideração o aspecto meramente cognitivo, as crianças deixam de idolatrar os pais, pois o pensamento, inicialmente mágico entre os 3 e os 5 anos de idade, se torna mais realista e crítico. Assim, nós, pais, deixamos de ser idealizados e começamos a ser imperfeitos.

A partir dos 6 anos, o pensamento infantil se torna paulatinamente mais lógico e racional, mesmo que o vínculo emocional com as figuras paternas ainda continue muito forte. Por isso, vai demorar um pouco mais para que eles consigam ver e entender que os pais não são onipotentes.

Somente entre os 9 e os 11 anos que o pensamento da criança vai se tornar eminentemente crítico. Por isso, ela vai começar a entender que cada fato tem vantagens e desvantagens. Com essa idade, a criança começará a mediar e avaliar as ações dos pais e colegas.

Quanto ao desenvolvimento emocional

Por sua parte, o desenvolvimento emocional de todas as crianças provoca uma necessidade de se desvincular afetivamente dos pais. Por isso, elas vão questionar seus pais por agirem erroneamente. As crianças respondonas criticam e deixam de obedecer complacentemente o que foi ordenado pelos mais velhos.

crianças respondonas

Da mesma forma que na conhecida “fase do não”, que acontece quando a criança têm dois anos, essas crianças respondonas buscam por meio das suas ações reafirmar a própria identidade. Mas, nesses casos, não apelam para ataques de raiva. Elas o fazem por meio de questionamentos e respostas atravessadas.

Como agir com as crianças respondonas?

  • Mantenha uma atitude pensativa. Esses comportamentos infantis normais podem ser tranquilamente prevenidos simplesmente identificando e, inclusive, evitando aquelas situações que desencadeiam respostas atravessadas das crianças.
  • Busque saber o que há por trás. Pode ser que as crianças respondonas costumem imitar situações vistas em filmes, séries ou na vida real mesmo. Elas recebem, assim, um acúmulo de mensagens inadequadas. Dessa forma, pode haver um padrão no comportamento do seu filho quando ele responde mal. Portanto, preste atenção ao que ele consome culturalmente e nas exigências impostas. Mas sempre escute seu filho, tentando compreender até o fim. Compreender aquilo que ele sente e o que ele quer conseguir.
  • Escolha as batalhas que velem a pena ser lutadas. Antes de tudo, avalie “vale a pena gerar uma discussão por isso?”. Se se trata de uma questão extremamente importante, estabeleça o limite e determine qual deve ser o comportamento. Mas, se se trata de algo irrelevante, poupe-se do desgosto e ofereça a autonomia que seu filho tanto deseja.
  • Estabeleça o limite antecipadamente. É fundamental que as crianças respondonas compreendam quais são as palavras permitidas e quais estão terminantemente proibidas. Também seria interessante explicar às crianças que nem sempre podemos ou devemos dizer tudo o que pensamos.
  • Mantenha a compostura. O ideal é não reagir exageradamente nem armar uma grande briga devido às palavras e ao tom de voz empregado pela criança. É claro que também não devemos “pagar na mesma moeda”. Pois, não há uma forma melhor de educar as crianças que dando o exemplo.
  • Controle sua paciência. Não discuta nem negocie com a criança após um ato de insolência. Isso somente vai reforçar o comportamento dela. Simplesmente avise qual vai ser a consequência do comportamento dela e, caso houver reincidência, coloque a consequência em prática. Além disso, não castigue nem humilhe a criança em público. Explique com tranquilidade que você não vai permitir de forma alguma que ela aja com grosserias e que isso vai causar alguma consequência.
  • Ofereça opções. Se você dá à criança a possibilidade de tomar algumas decisões no dia, você diminui a necessidade de se impor de maneira ofensiva. Por isso, sempre que for oportuno, dê oportunidades para que a criança possa escolher, sem pressioná-la, permitindo que ela decida tudo ou pelo menos o que for mais importante para ela. Claramente, todas as alternativas devem ser aceitáveis para você e você deve aceitar a decisão da criança com todo o rigor.

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