5 dicas para ajudar as crianças a se superarem
A infância não é apenas uma fase em que se aprende a falar, andar, somar ou ler. É um período sensível durante o qual ocorre outro tipo de aprendizado de vida, relacionado aos recursos pessoais para enfrentar as adversidades. A atitude do pequeno para com esse momento e sua visão de mundo pode levá-lo ao sucesso ou ao fracasso, à felicidade ou à tristeza. Portanto, é importante ajudar as crianças a se superarem.
Essa força é fundamental na criação respeitosa, pois esse método educacional promove a autonomia e a autoestima das crianças. Os pais que quiserem potenciá-lo terão que evitar ser superprotetores e estar dispostos a deixar seus filhos tropeçar, cair e se levantar novamente, para aprender com a experiência.
Se você se identificou com esse objetivo, contaremos como alcançá-lo. Não perca!
Como ajudar as crianças a se superarem?
Quando você incentiva seu filho a melhorar a si mesmo desde cedo, está contribuindo para o desenvolvimento de uma autoestima forte e sólida, que será de grande utilidade para o resto da vida.
E é só aceitando os desafios e seguindo em frente que você aprende a confiar em si mesmo. Bajulação e elogio sem essa parte prática são vazios.
Dito isso, vamos trazer algumas dicas para que você possa colocá-las em prática hoje com seus pequenos. Confira!
Ensine-os a tolerar a frustração
Tolerar a frustração é uma das tarefas mais difíceis para as crianças, pois elas tendem a ser impulsivas, espontâneas e têm dificuldade em adiar a gratificação. Elas querem o que querem e querem agora, e esperar ou aceitar um “não” como resposta é muito difícil. Por isso, os pais devem apoiá-las nessa tarefa, principalmente estabelecendo limites claros e consistentes.
Em qualquer processo de aprendizagem, a criança cometerá erros, terá tentativas fracassadas e verá que não atinge seu objetivo na primeira vez. Saber aceitar essa realidade sem ficar excessivamente frustrada, se superando e perseverando irá ajudá-la a alcançar o sucesso no devido tempo.
Deixe de lado o perfeccionismo: os erros fazem parte do aprendizado
Em relação ao exposto acima, é importante que a criança desenvolva uma visão positiva do erro como parte do processo. Nas famílias que promovem o perfeccionismo e nas quais o fracasso é motivo de vergonha, as crianças muitas vezes ficam limitadas e paralisadas.
Por medo de falhar, ser repreendido ou não ser “bom o suficiente”, muitas crianças optam por nem mesmo tentar enfrentar os desafios.
Isso é o que Carol Dweck chamou de mentalidade fixa: a ideia de que uma pessoa é o que é e não pode melhorar. Dessa forma, certos bebês preferem não testar sua inteligência ou habilidades por medo de falhar.
Em vez disso, crianças que desenvolvem uma mentalidade de crescimento sabem que o fracasso é um passo necessário no aprendizado, por isso não as assusta. Elas sabem bem que o esforço é o que as fará melhorar suas habilidades.
Ofereça a elas tarefas desafiadoras, mas acessíveis
Se quisermos ajudar as crianças a se superarem, devemos permitir que elas experimentem, pratiquem e se testem. Elas devem ter tarefas e responsabilidades em casa, de acordo com a idade, para que possam aprender e realizar no dia a dia.
Atividades tão simples como se vestir, pôr a mesa para o café da manhã ou regar as plantas as ajudam a se sentir úteis e competentes e, assim, elas podem se tornar indivíduos determinados e autônomos.
O lema deve ser “não faça pelo seu filho o que ele pode fazer”, pois assim você o privaria da possibilidade de provar a si mesmo do que é capaz.
Importante, escolha tarefas que tenham um nível de dificuldade adequado: o suficiente para motivar a criança a enfrentar o desafio, mas não tão complexos que impeçam sua execução e levem à frustração. Para isso, leve em consideração a idade de seu filho e seus conhecimentos prévios e acompanhe-o em suas primeiras tentativas.
Valorize o processo e não o resultado
Muitas famílias cometem o erro de se concentrar apenas nos resultados de seus filhos: a qualidade do desenho que fizeram, a precisão da proeza que aprenderam ou as notas que obtiveram. No entanto, como é evidente, nas primeiras vezes que uma criança tenta fazer algo, ela não obtém os melhores resultados.
Se seu esforço, seu interesse e o processo pelo qual você passou para chegar onde está não são valorizados, você provavelmente vai querer desistir e jogar a toalha no primeiro fracasso. Por isso, é importante se acostumar a observar e apreciar as etapas anteriores e não apenas o objetivo final.
Quando você perceber que seu filho praticou muito ou estudou consistentemente, mas os resultados não foram os esperados, valorize, elogie e recompense esse esforço.
Lembre-as de que a única competição é com elas mesmas
Finalmente, para ajudar as crianças a melhorar, devemos ajudá-las a entender que elas não estão competindo com os outros, mas consigo mesmas. Para isso, devemos evitar compará-las com seus irmãos, primos ou colegas, e sim tomar como referência suas próprias versões anteriores.
Se ontem meu filho não conseguiu resolver um problema e hoje conseguiu, essa é a conquista que temos que comemorar e não enfatizar que outra criança conseguiu em menos tempo.
Além disso, incentive seu filho a apreciar e valorizar cada uma de suas pequenas vitórias e também a lembrá-las sempre que tiver dúvidas sobre suas habilidades para enfrentar um novo desafio. Se ele foi capaz de superar a si mesmo no passado, poderá fazê-lo novamente no futuro.
Ensinar as crianças a se superarem é formar adultos saudáveis e capazes
Em grande medida, a infância é um campo de treinamento para habilidades para a vida. Dentro de um ambiente seguro e com supervisão e apoio dos pais, os pequenos são “treinados” para enfrentar novos desafios todos os dias a fim de alcançar seus objetivos. Se isso for aproveitado, o resultado será uma autoestima sólida e uma forte autoconfiança, tanto hoje quanto na vida adulta.
Dessa forma, aprender o autoaperfeiçoamento desde a infância é um hábito que nos aproxima do sucesso, da autorrealização e da felicidade. Não hesite em incentivar esse aprendizado em seus filhos desde cedo. Eles vão agradecer quando adultos.
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- Dweck, C. (2015). Carol Dweck revisits the growth mindset. Education Week, 35(5), 20-24.
- Gunderson, E. A., Gripshover, S. J., Romero, C., Dweck, C. S., Goldin‐Meadow, S., & Levine, S. C. (2013). Parent praise to 1‐to 3‐year‐olds predicts children’s motivational frameworks 5 years later. Child development, 84(5), 1526-1541.