Disciplina positiva: a única que funciona

Existem diferenças muito claras entre os tipos de disciplina e, em muitos casos, é melhor garantir um equilíbrio entre elas. Você tem dúvidas sobre como criar seus filhos? Aqui estão algumas recomendações!

Escrito e verificado por a psicopedagoga María José Roldán.

Última atualização: 13 abril, 2023

Todas as crianças do mundo se comportam “mal” às vezes, porque, se não o fizessem, não seriam crianças. Todos os pais se perguntam o que podem fazer para acabar com esse mau comportamento, mas é que em muitas dessas ocasiões não é necessário fazer nada. A disciplina mais eficaz para os pequenos aprenderem o que é certo e o que é errado é a que tem a ver com amor: disciplina positiva.

Na grande maioria dos casos, as crianças se comportam mal quando não estão bem consigo mesmas ou quando estão desconectadas dos adultos de referência. A palavra “disciplina” significa ensinar, então a disciplina é a maneira como as crianças aprenderão a se comportar adequadamente.

As crianças aprendem muito melhor quando se sentem ouvidas e valorizadas, a disciplina autoritária ou impositiva só fará com que elas se sintam inseguras, coloquem em risco o vínculo afetivo com os pais e adquiram comportamentos inadequados. Castigo e gritos nunca devem ser uma boa opção.

Educação estrita

Muitos pais assumem que uma educação rigorosa é a melhor maneira de ensinar as crianças a serem educadas, mas a realidade é que isso só faz com que elas cresçam infelizes, se sintam mal consigo mesmas e se comportem pior do que as outras crianças.

Paternidade permissiva

Às vezes, as crianças expressam seus desejos em ordens e cabe aos pais aprender a colocar limites quando não é algo que seja para segurança ou para cobrir necessidades básicas. As crianças devem aprender a tolerar a frustração para administrar melhor suas emoções. Se elas receberem tudo o que desejam, é muito provável que se tornem “crianças tirânicas”.

Bater nunca será uma opção

É possível que quando criança você tenha recebido um tapa. Isso pode ter acontecido porque no passado os pais não tinham muitos recursos para saber qual tipo de educação era a mais adequada e, sem saber, muitos deles usaram abuso físico. Mas, felizmente, hoje sabemos que essa não é uma opção viável e que existem muitas outras formas de ensinar disciplina (positiva) às crianças.

Os pequenos que recebem tapas ou palmadas dos pais têm mais dificuldade em regular as suas emoções, o que pode causar problemas de relacionamento com os outros e consigo mesmos. Além disso, bater nunca é uma opção!

Limites efetivos

Para que as crianças regulem melhor seu comportamento, elas precisarão de limites efetivos, só assim elas se sentirão seguras e saudáveis para se relacionar de forma saudável e bem-sucedida com os outros. Se você fizer isso direito, as crianças serão capazes de estabelecer limites para si mesmas (autodisciplina) e também em relação aos outros.

Mais dicas úteis para a disciplina positiva

Além do mencionado acima, é necessário levar em consideração algumas dicas úteis sobre disciplina positiva para que seja eficaz em casa:

• Não imponha nem ceda: dê opções. As crianças precisam sentir que as coisas não são impostas a elas, ou seja, que elas são livres para escolher o que realmente querem. Você pode pensar nas alternativas de antemão e, assim, elas poderão escolher algo que você já sabe que será o correto.
• Ajude os pequenos a expressar seus sentimentos. Emoções guardadas nunca serão uma boa escolha para crianças (nem para adultos). Quando as crianças não conseguem descobrir como expressar suas emoções ou como reagir a vários sentimentos, elas podem se comportar de maneira inadequada. Ajude-as a entender o que está acontecendo com elas e a nomear suas emoções.
• Escute. Se você escutar seu filho, perceberá que ele tem muito a lhe dizer, não se concentre apenas no seu discurso e ouça o que ele tem a lhe dizer, é provável que você se surpreenda com tudo o que ele guarda dentro.
• As consequências, melhor quando previamente combinadas. Para que as crianças saibam que seu comportamento pode ter consequências, é melhor que você as estabeleça junto com elas ou pelo menos as informe antes de se comportar de uma forma ou de outra. Dessa maneira, elas podem ser responsável por suas ações e podem escolher se querem se comportar de maneira adequada ou sofrer as consequências negativas (em vez das positivas).

O que fazer se não funcionar?

A disciplina positiva se baseia na não violência, é respeitosa e se adapta às fases do desenvolvimento da criança. É focada em fornecer soluções. Integra conhecimento sobre desenvolvimento saudável, o que se sabe sobre parentalidade eficaz e direitos das crianças.

Isso não implica que os pais devam ser permissivos ou deixar os filhos fazerem o que bem entenderem. Não devem faltar regras e, principalmente, seu tempo de ação ou eficácia não pode ser medido no curto prazo.

Com efeito, a disciplina positiva estabelece metas de longo prazo. O que importa nesse caso é criar estratégias comportamentais para que as crianças desenvolvam a autodisciplina. Nesse sentido, os pais devem comunicar claramente seus objetivos, regras e limites.

Esta disciplina ensina habilidades úteis para a vida: ensina confiança e é holisticamente orientada para a não-violência, a empatia, o autorrespeito, os direitos humanos e o respeito.

Porque a disciplina positiva é uma abordagem parental e uma maneira geral de pensar.

Vendo as coisas desta forma, não podemos dizer, diante de um mau comportamento específico ou circunstancial, que a intervenção parental baseada na disciplina positiva é eficaz ou não. O momento específico deve ser visualizado a longo prazo e as ações do momento devem visar objetivos traçados para além de determinadas circunstâncias.

E os objetivos de longo prazo serão entendidos como aqueles que os pais visualizam em seus filhos quando forem mais velhos.

Agora, se como pais nos sentimos frustrados por uma birra, chegou a hora de aprender coisas verdadeiramente essenciais: gestão do estresse, comunicação respeitosa, não agressão, empatia. Se os pais agirem sob controle, estarão ensinando os filhos a se controlar e a resolver conflitos sem violência e sem prejudicar os outros.

Você aplica a disciplina positiva em casa?

Se sim, divirta-se com seu filho, diga a ele “eu te amo” quantas vezes puder. Mostre a ele que você confia nele e reconhece seus esforços e sucessos. Leia para ele e conte histórias, levante-o quando ele enfrentar dificuldades, console-o quando ele cair. Ouça-o e tente ver as coisas do ponto de vista dele.

Finalmente, dê amor. Não vai falhar.