Falta de desejo após o parto

É importante que o seu parceiro veja você como amiga e amante, e não apenas como mãe. Com apoio mútuo, a restauração do desejo sexual e dos impulsos eróticos será alcançada após o cansaço extremo gerado pela experiência do parto.
Falta de desejo após o parto
María Alejandra Castro Arbeláez

Revisado e aprovado por a psicóloga María Alejandra Castro Arbeláez.

Escrito por Equipo Editorial

Última atualização: 06 fevereiro, 2020

A intimidade de uma mulher após o parto passa por muitas mudanças. A falta de desejo após o parto é uma delas. A seguir, veremos em detalhes porque esse problema ocorre e como superá-lo.

Dar à luz é uma tarefa árdua, que traz várias alterações psicológicas, físicas e na rotina. Com a chegada do bebê, surge uma nova etapa complexa para a mãe, na qual ela terá que tornar a maternidade compatível com a sua própria recuperação. 

Durante os 3 primeiros meses após o parto, as mulheres podem apresentar problemas de saúde sexual, que podem durar até 12 meses. Como lidar com eles?

Causas físicas e psicológicas da falta de desejo após o parto

É completamente normal sentir pouco ou nenhum impulso sexual após ter carregado um bebê na barriga durante nove meses. A nova mãe sofre uma fadiga avassaladora ao exercer o seu papel, o que causa desgaste físico e emocional.   

A intimidade do casal é muito pequena ou praticamente nem existe, pois todo o tempo é investido no cuidado ao recém-nascido. Quando a mulher tem um momento para si mesma, a primeira coisa que passa pela sua mente é descansar. Assim, o sexo é descartado.

O corpo, em recuperação do trabalho de parto, passa por importantes alterações hormonais que podem fazer a mãe se sentir um pouco desequilibrada. Por exemplo, durante o pós-parto, aumenta a produção de prolactina, um hormônio que promove a amamentação.  

Além disso, o estrogênio e a testosterona diminuem. Esta última está relacionada à resposta sexual. Assim, a sua diminuição afeta diretamente a libido de uma mulher.  

A preocupação com a aparência e a recuperação da forma também são fatores que contribuem para a falta de desejo após o parto. Essa não conformidade, se prolongada, pode prolongar os problemas sexuais por mais tempo.

Falta de desejo após o parto

Vida sexual após o parto

Os médicos recomendam que a mãe se abstenha de manter relações sexuais durante um período de 40 dias, conhecido como resguardo.

Além disso, essa sugestão se estende durante o puerpério, pois há riscos de infecções causadas por traumas nas paredes vaginais. Isso pode causar lacerações ou pequenas hemorragias. Por isso, o ideal é esperar até que tudo cicatrize antes de prosseguir com as relações sexuais.

Os encontros sexuais após o parto geralmente são um pouco desconfortáveis ​​e até mesmo dolorosos, devido à diminuição do estrogênio. Se a mãe decidir amamentar, a prolactina age e as suas paredes vaginais se tornam mais finas e frágeis. Isso também causa ressecamento vaginal.

Essa pouca lubrificação causa desconforto e dificuldades durante o sexo. A distensão da vagina também causa descontentamento e, como se isso não bastasse, a depressão pós-parto influencia diretamente a falta de desejo após o parto.  

Esse estado de tristeza perene, angústia e choro pode ser muito perigoso, tanto para a mãe quanto para o recém-nascido. Nesse caso, é mais do que tempo o que a mãe precisa para se curar na companhia da família e com o acompanhamento de um médico especialista. 

Felizmente, tudo isso melhora consideravelmente após 6 meses. Nesse momento, o útero retorna ao seu tamanho normal e o desmame começa.

“Recuperando-se do trabalho de parto, a mulher passa por grandes alterações hormonais que podem fazê-la se sentir um pouco desequilibrada”.

O que fazer para retomar a vida sexual?

Pouco a pouco e com o apoio do seu parceiro, é possível trazer de volta aos seus dias uma agradável vida sexual. Você pode seguir estas recomendações para facilitar o processo:

  • Vocês não devem ter limitações em relação a outras práticas sexuais. Existem várias maneiras de obter prazer além da penetração. 
  • Se a mulher estiver bem, tanto fisicamente quanto emocionalmente, ela poderá começar a desfrutar de relações sexuais satisfatórias. Isso tem muito a ver com o apoio do parceiro, fazendo com que ela se sinta bonita e desejada.
  • O casal deve organizar o seu tempo para poder ter momentos de amor e carinho, com abraços, beijos ou apenas descansando juntos.
Falta de desejo após o parto
  • Massagear, receber carinhos sem exigências eróticas e tocar carinhosamente a mulher irá reanimar a paixão entre os dois.
  • Se a mãe estiver amamentando e sofrer de ressecamento vaginal, é aconselhável usar lubrificantes ou cremes para facilitar a relação sexual.
  • Recuperar a forma fará com que você se sinta muito melhor consigo mesma e a sua confiança aumentará. Como resultado, haverá um aumento na sua libido.
  • Fazer exercícios de Kegel para vaginas distendidas pode fazer uma grande diferença na prática sexual e também serve para prevenir outros problemas na mulher.
  • Ao iniciar a prática da penetração durante o período pós-parto, é aconselhável adotar posições que favoreçam e façam com que a mulher se sinta confortável.

É um erro fingir que, após o parto, tudo será igual. Sem dúvida, mudanças importantes chegaram à sua vida e é necessário se adaptar a elas gradualmente.

Felizmente, essa falta de desejo após o parto é temporária. Depois de um tempo, o casal retomará as relações sexuais com a mesma paixão de antes de se tornarem pais.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Byrd JE, Hyde JS, DeLamater JD, Plant EA. (1998). Sexuality during pregnancy and the year postpartum. J Fam Pract. 1998 Oct; 47(4):305-8.
  • Enderle, C. D. F., Kerber, N. P. D. C., Lunardi, V. L., Nobre, C. M. G., Mattos, L., & Rodrigues, E. F. (2013). Condicionantes y/o determinantes del retorno a la actividad sexual en el puerperio. Revista Latino-Americana de Enfermagem, 21(3), 719-725. http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-11692013000300719&script=sci_arttext&tlng=es
  • Gómez Cantarino, S., & Moreno Preciado, M. (2012). La expresión de la sexualidad durante la gestación y el puerperio. http://rua.ua.es/dspace/handle/10045/24154
  • González Labrador, I., & Miyar Pieiga, E. (2001). Sexualidad femenina durante la gestación. Revista cubana de medicina general integral, 17(5), 497-501. http://scielo.sld.cu/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0864-21252001000500015

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.