Os melhores alimentos substitutos do trigo para grávidas com doença celíaca

Os alimentos substitutos do trigo para gestantes celíacas são essenciais para uma gravidez saudável. Veja quais são.
Os melhores alimentos substitutos do trigo para grávidas com doença celíaca

Última atualização: 29 agosto, 2023

A doença celíaca é uma condição de saúde na qual o intestino fica inflamado quando o glúten do trigo e outros grãos é liberado, levando à má absorção de nutrientes. Para cada homem, existem 4 mulheres celíacas. Até agora, o melhor tratamento é não consumir alimentos que contenham glúten, mas isso não é uma tarefa fácil. Por isso, neste artigo apresentamos alimentos substitutos do trigo para grávidas com doença celíaca que irão melhorar sua absorção intestinal.

Lembre-se de que se você está grávida com doença celíaca, deve manter o acompanhamento com seu obstetra e nutricionista, que irão guiá-la na dieta.

O que é o glúten e onde é encontrado?

O glúten é a principal proteína do trigo, pois representa entre 80 e 90% da quantidade de proteína total. É o que permite que a massa de trigo, ao fermentar, cresça quando retém o ar e fique macia e extensível.

O glúten é constituído por glutaminas e prolina, que têm a particularidade de não serem completamente digeridas. Assim, algumas pequenas proteínas permanecem no intestino e causam uma reação imunológica nos celíacos. Além disso, a cevada e o centeio também o contêm. Em relação à aveia, é considerada sem glúten. No entanto, contém avenina, que é menos tóxica, mas à qual os celíacos também reagem.

Gestantes celíacas, como outras pessoas com essa condição, devem descartar completamente o consumo de trigo, cevada, centeio e aveia. Em vez disso, terão que procurar alternativas sem glúten, que oferecem propriedades nutricionais, sensoriais e energéticas para cobrir todas as necessidades nutricionais.



Alimentos substitutos do trigo para grávidas com doença celíaca

O trigo e seus derivados são um dos cereais mais utilizados na panificação e confeitaria. No caso das grávidas com doença celíaca, ao substituir os cereais com glúten por outros alimentos, devem ser seguidas uma série de orientações:

  • Manter o consumo de carboidratos simples e complexos como fonte de energia.
  • Fornecer fibras suficientes para evitar a prisão de ventre.
  • Ser fonte de vitaminas do complexo B, ácido fólico, vitamina A e antioxidantes dos vegetais.
  • Fornecer boas quantidades de cálcio, ferro, zinco e magnésio.

A seguir, citamos alguns desses substitutos do trigo para grávidas com doença celíaca que podem ser usados in natura ou em farinha.

Tanto a quinoa quanto o amaranto têm textura e sabor agradáveis e cozinham de forma semelhante a outros grãos. Biscoitos e pães especiais podem ser preparados com suas farinhas.

Quinoa e amaranto

A quinoa e o amaranto podem ser consumidos cozidos como grãos integrais ou na forma de farinhas. Sindhu e Khatkar, em seu capítulo mais recente, publicaram que ambos são pseudocereais fontes de amido e fibra. Ao contrário do trigo, suas proteínas contêm lisina, metionina e triptofano.

Esses alimentos também fornecem vitaminas do complexo B e E, cálcio, fósforo, magnésio e potássio. Suas farinhas são mais antioxidantes que as do trigo, da batata, do arroz e do milho, segundo o site Live Science, em 2018. Além disso, seus compostos bioativos são betalaína, fitoesterois e compostos fenólicos.

Farinha de nozes

As nozes transportam muitos nutrientes para a grávida com doença celíaca e auxiliam o bom crescimento e desenvolvimento do bebê. Segundo a Fundação Espanhola de Nutrição, elas têm 20% de proteína, quase o dobro do trigo. Por sua vez, a fibra é encontrada em grande quantidade, com predominância de fibra insolúvel, que previne a prisão de ventre.

As farinhas de nozes também contêm ácidos graxos ômega-3, como o ácido alfa-linolênico (ALA), que é considerado um precursor do ácido graxo docosahexaenoico, ou DHA. A Associação Espanhola de Pediatria o promove como um tipo de gordura que estimula o desenvolvimento visual e cerebral do bebê até os primeiros anos de vida.

Por outro lado, cálcio, fósforo, potássio, ferro, magnésio e selênio são encontrados em boa proporção. Da mesma forma, niacina, folatos, vitamina E e complexo B estão presentes.

Farinhas de leguminosas

As leguminosas, como o grão-de-bico, a soja, as favas ou as lentilhas, fornecem valores proteicos semelhantes aos da carne. A soja pode até dobrar esse valor quando crua, já que contém em torno de 40% de proteína. Por sua vez, os carboidratos variam entre 40 e 60%, dos quais a maior parte é amido digerível. Além disso, predominam a fibra alimentar e o amido resistente (AR), que atua como um tipo de fibra solúvel.

Outros nutrientes notáveis são potássio, fósforo, ferro e magnésio. As vitaminas mais importantes são as do complexo B e o ácido fólico. No entanto, a presença de alguns antinutrientes impede a absorção de minerais. Felizmente, como aponta a revista ALAN, estes são reduzidos com altas temperaturas de cozimento, imersão, germinação e fermentação das leguminosas.

Farinha de milho

O milho, como outros cereais, representa uma importante fonte de energia devido à presença de amido. Sua quantidade de proteína é um pouco inferior à do trigo, mas é altamente digerível, conforme revelou a revista Cereal Chemistry. Porém, a qualidade nutricional da proteína pode ser compensada misturando-a com ingredientes de origem animal, como leite, ovos e seus derivados.

O fubá integral também fornece fibras insolúveis, vitamina A, E, tiamina e piridoxina. Por outro lado, o Journal of Agricultural and Food Chemistry menciona alguns compostos antioxidantes no fubá, como o ácido ferúlico. As variedades de milho azul, roxo e vermelho contêm outros antioxidantes com benefícios para a saúde, como as antocianinas.

O arroz é o cereal tradicional substituto do trigo na dieta isenta de glúten. Por sua vez, o arroz integral é o mais recomendado para gestantes celíacas.

Arroz

O arroz contém amido suficiente como fonte de calorias, proteínas de médio valor biológico e vitaminas do complexo B. Por sua vez, o arroz integral é o mais recomendado para grávidas para aumentar a ingestão de fibras e evitar a prisão de ventre. Segundo a Fundação Espanhola de Nutrição, esse tipo de arroz preserva mais minerais e vitaminas do que o arroz polido.



Outros substitutos da farinha de trigo

Outras farinhas alternativas ao trigo também são utilizadas como parte do tratamento da doença celíaca. São farinhas de milheto, batata, batata-doce, tapioca, amido de milho, fécula de batata, trigo sarraceno e sorgo. As farinhas de abóbora e cenoura são farinhas doces que são boas para assar. Estes também são alimentos substitutos do trigo para grávidas com doença celíaca.

Dicas para melhor aproveitamento dos substitutos do trigo

A ausência de glúten nos substitutos do trigo causa alguns problemas culinários nas preparações. Assim, apresentamos a seguir alguns conselhos que melhoram as propriedades sensoriais das receitas:

  • Combine as diferentes farinhas: para obter uma melhor textura dos produtos, misture as farinhas nas proporções de sua preferência. Por exemplo, 60% de farinha integral e 40% refinada ou amilácea. Uma boa opção é fazer 50/50.
  • Adição de fibras e melhoradores de textura: a Associação de Celíacos de Granada recomenda adicionar fibras às farinhas refinadas em uma proporção máxima de 2%, assim como os chamados hidrocoloides naturais, como goma xantana, goma guar ou pectinas, entre outros.

Uma dieta saudável e sem glúten é essencial

O tratamento da grávida com doença celíaca deve ser orientado e supervisionado pelo obstetra assistente e nutricionista. Afinal, deve proporcionar todos os nutrientes necessários para a mãe e para o bebê através de uma alimentação saudável, balanceada e energeticamente equilibrada. Suplementos de ferro, folato, cálcio e iodo devem ser fornecidos conforme indicação médica.


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