Por que a gestante precisa tomar leite?

O leite é um alimento muito completo em termos dos nutrientes que fornece. Vamos contar por que é importante incluí-lo na dieta da gravidez.
Por que a gestante precisa tomar leite?
Silvia Zaragoza

Revisado e aprovado por a nutricionista Silvia Zaragoza.

Escrito por Silvia Zaragoza

Última atualização: 27 dezembro, 2022

Manter uma alimentação adequada durante a gravidez é muito importante para o desenvolvimento do bebê. A dieta da mãe deve fornecer nutrientes suficientes e ser o mais saudável possível. Nesse sentido, o leite é um alimento que a gestante não deve parar de ingerir, e nós vamos contar o porquê. Não perca!

O leite, um alimento completo

O leite é considerado uma das maiores fontes de cálcio, mas também contém proteína animal, gordura, vitamina D, potássio e magnésio.

Atualmente, seu consumo foi reduzido consideravelmente por vários motivos. Na verdade, atualmente mal supre a ingestão recomendada de laticínios, que compreende 3 ou 4 porções diárias.

Um dos motivos de sua exclusão das recomendações alimentares é o fato de conter um açúcar denominado lactose, ao qual cerca de 30% da população é intolerante. Porém, existem opções sem lactose ou com baixo percentual desse carboidrato.

O leite é um dos laticínios mais consumidos, e em conjunto esse grupo contribui para a formação, o crescimento e o bom desenvolvimento dos ossos. No entanto, esse não é o único benefício. Confira a seguir mais algumas vantagens.

Vários tipos de laticínios.

O crescimento do bebê sugere a necessidade de a gestante tomar leite

A grande maioria dos estudos que analisam os benefícios do leite para a saúde da gestante é voltada para o crescimento fetal. Na verdade, várias revisões têm destacado os efeitos positivos do consumo desse alimento na antropometria do feto.

Peso ao nascer

De acordo com uma revisão sistemática publicada na Food and Nutrition Research, a relação entre o consumo diário de leite e o crescimento do bebê não estava totalmente clara, devido às diferenças entre as variáveis consideradas nos diferentes estudos. No entanto, 4 dos estudos incluídos encontraram associações positivas.

Anos mais tarde, em 2017, foi realizado um estudo prospectivo em mulheres portuguesas, publicado na Obesity Research and Clinical Practice. Esse ensaio comprovou a associação entre o nível de consumo de leite no primeiro trimestre e o aumento do peso e da circunferência craniana do bebê ao nascer.

Da mesma forma, verificou-se que tomar mais de 3 xícaras por dia produz maior ganho de peso na criança, associado à ingestão de proteínas.

Adequação do peso para a idade gestacional no nascimento

A relação entre o peso do bebê para a idade gestacional e o consumo de leite materno foi outro dos parâmetros estudados.

Por outro lado, um estudo espanhol publicado no European Journal of Clinical Nutrition em 2019 não encontrou associações significativas entre o consumo de leite materno e o peso para a idade gestacional.

Ao contrário, um estudo realizado na China no mesmo ano mostrou associação significativa entre o consumo de leite no segundo trimestre e redução do risco de alto ou baixo peso para a idade gestacional.

Peso para o tamanho do bebê

Por fim, outros estudos avaliaram o peso em relação ao comprimento femoral do feto, que é o parâmetro utilizado para estimar a altura do bebê. Os resultados mostraram uma relação direta entre o consumo de leite materno e a altura dos bebês. Consequentemente, os especialistas recomendam um consumo de 2 a 3 porções de laticínios por dia.

Os antibióticos podem afetar o bebê.

Como o consumo de leite afeta o risco de aborto espontâneo e parto prematuro?

Em 2019, foi realizado um estudo na Universidade CEU San Pablo, em Madri, sobre o efeito do consumo de laticínios na gravidez e o risco de interrupções.

Essa revisão sistemática encontrou 2 estudos que analisaram o risco de aborto espontâneo. Ambos demonstraram efeito protetor para essa condição quando o consumo foi realizado antes de 12 ou 14 semanas de gestação.

Por outro lado, não há nenhuma evidência que apoie que a ingestão de laticínios aumente o risco de parto prematuro ou malformações congênitas.

A gestante precisa tomar leite

Por tudo isso, é imprescindível que a gestante tome leite e consuma seus derivados em quantidade suficiente.

Em consonância com isso, atingir a dose diária recomendada desse alimento evita o baixo peso da criança e também contribui para a redução do risco de aborto espontâneo.

É importante lembrar que o leite consumido durante a gestação deve ser pasteurizado, integral ou semidesnatado. Isso reduz o risco de intoxicação alimentar.

Outro aspecto importante é evitar o consumo de leite enriquecido ou aromatizado, pois sua concentração de nutrientes é modificada e sua qualidade é menor.

Em geral, basta ingerir um ou dois copos de leite por dia, seja no café da manhã ou entre as refeições. Além disso, serve como fonte de hidratação, já que 85% de sua composição é água.


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