Tratamento da asma em crianças

Quando estamos diante de uma crise aguda de asma, o mais importante é tratar a hipoxemia, que é a diminuição da pressão de oxigênio no sangue.
Tratamento da asma em crianças
Sara Viruega Encinas

Escrito e verificado por a farmacêutica Sara Viruega Encinas.

Última atualização: 27 janeiro, 2023

A asma é uma das doenças crônicas mais frequentes na fase infantil. É um problema de saúde pública que foi aumentando nos últimos anos e que leva ao consumo de grandes quantidades de medicamentos. Por isso, neste artigo, vamos nos aprofundar sobre o tratamento da asma em crianças.

O que é a asma?

A asma, de acordo com o III Consenso Internacional Pediátrico, é um distúrbio caracterizado por “sibilos recorrentes e tosse permanente em uma situação na qual a asma é possível e outras doenças menos frequentes foram descartadas”.

Os sintomas mais comuns de um episódio asmático são os seguintes:

  • Sibilos.
  • Dispneia.
  • Tosse.
  • Opressão torácica.
  • Obstrução de vias aéreas.
  • Hiperreatividade brônquica.
  • Inflamação de via aérea.

Tratamento da asma em crianças

O tratamento da asma geralmente é dividido em dois grandes blocos. Por um lado, temos o tratamento das crises agudas e, por outro, o tratamento de manutenção crônico. Os principais objetivos do tratamento da asma em crianças são:

asma em crianças
  • Reduzir e tentar eliminar sintomas crônicos.
  • Prevenir o aparecimento de crises agudas.
  • Evitar, tanto quanto possível, o uso de medicamentos e os seus efeitos colaterais.

Os principais medicamentos utilizados no tratamento da asma em crianças são:

  • Broncodilatadores, para o alívio dos sintomas.
  • Anti-inflamatórios, para controlar a doença.

Tratamento de uma crise aguda de asma

Quando estamos diante de uma crise aguda, os objetivos do tratamento mudam e o mais importante é tratar a hipoxemia, que é a diminuição da pressão de oxigênio no sangue. De fato, essa é a primeira avaliação que geralmente é feita em uma criança que se apresenta com uma situação de crise asmática.

A avaliação da pressão parcial de oxigênio no sangue arterial é feita com um oxímetro de pulso que mede a saturação de oxigênio. Assim, dependendo do resultado obtido, a crise pode ser classificada de acordo com a sua gravidade:

  • Leve: Saturação de O2 maior do que 94%.
  • Moderada: saturação de O2 entre 91 e 94%.
  • Grave: saturação de O2 menor do que 91%.

Considera-se como hipoxemia quando a pressão parcial de oxigênio no sangue arterial diminui para menos de 91%, ou 60 mmHg. Nesses casos, a criança deve ser encaminhada ao hospital urgentemente. Além disso, também quando há risco de complicações, histórico de alto risco ou falta de resposta ao tratamento.

Diante de uma crise aguda, o tratamento utilizado como primeira opção é a administração por inalação de medicamentos beta-2-adrenérgicos. Eles são administrados com um sistema de inalador pressurizado com câmara ou com um nebulizador.

O medicamento mais utilizado é o salbutamol. Outras opções podem ser o brometo de ipratrópio ou corticosteroides.

Tratamento da asma em crianças

Em todos os pacientes com uma saturação de oxigênio inferior a 94%, é necessária a administração de oxigênio. Por isso, eles devem ser encaminhados para um hospital para serem avaliados e acompanhados mais detalhadamente.

Tratamento de manutenção da asma em crianças

Quando falamos de tratamento de manutenção crônico, devemos levar em consideração especialmente a idade das crianças. Geralmente, além do tratamento farmacológico, é avaliada a opção de uma imunoterapia e é dada ênfase especial à educação no manejo de doenças e crises.

No tratamento da asma em crianças, como dissemos anteriormente, devemos evitar, tanto quanto possível, o consumo de medicamentos de maneira crônica. Deve-se começar com um tratamento básico que, se necessário, pode ser aumentado gradualmente.

Os medicamentos mais utilizados como tratamento de manutenção da asma são os corticosteroides inalados, tais como a budesonida ou a fluticasona.

É importante controlar as doses de corticosteroides para evitar efeitos colaterais indesejados. Caso seja necessário aumentar a dose, muitas vezes é preferível combiná-los com broncodilatadores.

É necessário ter em mente que, em crianças com menos de 3 anos, a maioria dos episódios asmáticos ocorre por causa de infecções virais e os sintomas desaparecem independentemente do tratamento. Portanto, não se deve abusar de medicamentos desnecessários que podem causar mais danos do que benefícios.


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