Alergia a picadas em bebês e crianças

As picadas em bebês e crianças são uma grande preocupação para os pais, visto que podem causar desde pápulas eritematosas até reações anafiláticas.
Alergia a picadas em bebês e crianças
Maria del Carmen Hernandez

Escrito e verificado por a dermatologista Maria del Carmen Hernandez.

Última atualização: 22 dezembro, 2021

A alergia a picadas de insetos é uma ocorrência comum e indesejada para muitos pais. Embora para a maioria dos bebês e das crianças elas não sejam mais do que um aborrecimento leve e comum, em certos casos são desencadeadas respostas exageradas ou severas.

Quais são os insetos que podem picar?

Quando nos referimos a picadas de insetos, estamos falando de picadas ou mordidas de membros da família dos artrópodes. Por sua vez, existem 4 classes de artrópodes de grande importância médica:

  • Quilópodes: centopeias.
  • Diplópodes: milípedes.
  • Insetos: himenópteros (formiga-lava-pés, vespas, abelhas), percevejos, pulgas, mosquitos, mariposas e lagartas, besouros e piolhos.
  • Aracnídeos: carrapatos, escorpiões, ácaros e aranhas.
Alergia a picadas em bebês e crianças

Manifestações clínicas da alergia a picadas em bebês e crianças

As reações alérgicas aos antígenos presentes na saliva dos artrópodes são comuns e favorecem o surgimento de prurido cutâneo e de erupções na pele, localizadas ou generalizadas. Embora os artrópodes possam liberar substâncias tóxicas, o mais importante é o seu potencial para transmitir doenças relevantes:

  • Carrapatos: doença de Lyme, febre recorrente, anaplasmose, febre maculosa das Montanhas Rochosas, babesiose, tularemia.
  • Moscas: leishmaniose, tularemia, tripanossomíase africana, loíase, bartonelose.
  • Pulgas: tifo murino, tularemia, peste.
  • Piolhos do corpo: tifo epidêmico, febre recorrente.
  • Mosquitos: malária, dengue, febre amarela, febre do Nilo Ocidental, chikungunya, vírus Zika, encefalite equina.

Reação anafilática

A resposta alérgica mais importante às picadas de agentes externos é o desenvolvimento da anafilaxia, que pode se tornar fatal muito rapidamente. Os sinais que a criança ou bebê com anafilaxia podem apresentar são os seguintes:

  • Tosse, asfixia ou sibilância.
  • Dificuldade para engolir ou respirar.
  • Desmaio.
  • Palidez ou flacidez.
  • Edema de língua ou lábios.
  • Voz rouca e dificuldade para falar.
  • Urticária ou coceira intensa.

Em qualquer uma dessas situações, é preciso solicitar uma ambulância com urgência. Inclusive, se o local da lesão infeccionar ou ficar vermelho, quente e dolorido, pode ser necessário a administração de um antibiótico pelo médico.

Recomendações para prevenir a alergia a picadas

O passo mais importante para reduzir o impacto das picadas no organismo de crianças e bebês é evitar que elas ocorram.

Repelentes

DEET (N, N-dietil-meta-toluamida) é o repelente de amplo espectro mais estudado e mais eficaz contra artrópodes que picam, de acordo com publicações em The Medical Clinics of North America .

Um repelente muito eficaz contém entre 20% e 30% de DEET. Como consequência, o DEET em altas concentrações (mais de 30%) pode causar efeitos colaterais, principalmente em crianças.

É por isso que a Sociedade Argentina de Pediatria recomenda que repelentes destinados ao uso em crianças não contenham mais de 30% de DEET. Além disso, os repelentes de insetos não são recomendados para crianças menores de 2 meses de idade. Alternativas ao DEET incluem icaridina e PMD (P-mentano-3,8-diol).

Roupa apropriada

Roupas adequadas, tais como camisetas de mangas compridas, calças de cores claras e chapéus, tendem a reduzir as chances de picadas de insetos e de contrair doenças transmitidas por vetores.

aplicação de permetrina nas roupas melhora bastante a prevenção de picadas de insetos, inclusive com a sua pulverização em mosquiteiros ou nos quartos na hora de dormir.

O que fazer diante de uma picada em bebês e crianças?

Os danos que as picadas geram no corpo se devem a diversos processos que estão envolvidos e interligados. Ou seja, a lesão mecânica da pele durante a picada causa inchaço e dor. Por sua vez, essa lesão fornece uma porta de entrada para que diferentes bactérias possam desencadear uma infecção secundária.

Alergia a picadas em bebês e crianças

A grande maioria das picadas pode ser tratada em casa, sem exigir a ida urgente ao pronto-socorro. Algumas das medidas de suporte e higiene são as seguintes:

  • Lavar a área da ferida com água e sabão. Caso haja um ferrão ou se o carrapato permanecer preso, eles devem ser removidos.
  • Tratar a dor com analgésicos.
  • Evitar coçar a área. Anti-histamínicos orais, cremes de calamina ou corticosteroides de potência média podem ser usados ​​para lidar com essa situação. Inclusive, a aplicação de gelo no local também é útil, ajudando a reduzir a inflamação.
  • Algumas lesões podem ficar infectadas. A pele fica mais quente, vermelha e dolorida e desenvolve uma celulite infecciosa, que deve ser tratada com antibióticos orais prescritos pelo médico.

Em relação à alergia a picadas em bebês e crianças…

As picadas em bebês e crianças são uma ocorrência muito comum, para a qual o tratamento local e o controle dos sintomas geralmente são suficientes. Por sua vez, o tamanho da reação alérgica na picada é maior durante a primeira infância e diminui conforme a criança vai crescendo. Além disso, a gravidade da reação depende do grau de alergia da criança.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Tan JW, Campbell DE. Insect allergy in children. J Paediatr Child Health. 2013 Sep;49(9):E381-7. doi: 10.1111/jpc.12178. Epub 2013 Apr 16. PMID: 23586469.
  • Steen CJ, Carbonaro PA, Schwartz RA. Arthropods in dermatology. J Am Acad Dermatol. 2004 Jun;50(6):819-42, quiz 842-4. doi: 10.1016/j.jaad.2003.12.019. PMID: 15153881.
  • Alpern JD, Dunlop SJ, Dolan BJ, Stauffer WM, Boulware DR. Personal Protection Measures Against Mosquitoes, Ticks, and Other Arthropods. Med Clin North Am. 2016 Mar;100(2):303-16. doi: 10.1016/j.mcna.2015.08.019. PMID: 26900115.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.