Ciúme em crianças: como lidar com isso?

Ciúme em crianças: como lidar com isso?
María Alejandra Castro Arbeláez

Escrito e verificado por a psicóloga María Alejandra Castro Arbeláez.

Última atualização: 19 março, 2021

O assunto do ciúme requer uma compreensão aguçada, especialmente quando se trata de crianças. É difícil para todos entender os motivos de uma pessoa que demonstra ter ciúme, porque é preciso estar no lugar dela para entender. Mas, no caso das crianças, algumas coisas são mais claras.

Não sabemos os momentos em que a criança pode ficar com ciúme, mas é mais difícil para ela esconder esse sentimento. Porém, o problema não está em reconhecer a frustração dos filhos por não receberem a atenção que desejam, e sim na incapacidade que normalmente apresentamos para agir corretamente.

Acontece que nas crianças, na maioria dos casos, o ciúme é infundado. Mas é difícil explicar para elas como as coisas acontecem. As causas do ciúme são múltiplas, porém, a causa mais comum é a briga pelo amor dos pais, sendo mais frequente em relação aos irmãos e ao parceiro ou à parceira dos pais.

Como lidar com o ciúme em crianças?

É um problema não saber como agir nesses casos, mas isso pode ser remediado se ouvirmos com atenção as recomendações dos especialistas. Existem estratégias úteis para intervir e orientar crianças que manifestam acessos de ciúme. No entanto, a primeira coisa a fazer é olhar para nós mesmos.

Amizade e ciúme em crianças.

Para lidar com essa situação, é aconselhável aplicar as seguintes recomendações:
  • Conhecer as causas do ciúme.
  • Avaliar a atitude anterior da criança, como ela evoluiu de acordo com a idade.
  • Agir com justiça e de maneira consistente.
  • Evitar comparações, elogios desnecessários ou reprovação constante.
  • Deixar as demonstrações de afeto para os momentos em que a criança realizar ações positivas e não durante os acessos de raiva.
  • Comunicar-se adequadamente com as crianças, sem gritar ou recriminar, explicando com firmeza que determinado comportamento é errado.
  • Promover a aproximação com o irmão ou a pessoa de quem ela sente ciúme. Faça isso sem pressa, com paciência e tolerância, principalmente por meio de atividades que a criança goste de realizar.
  • É muito importante saber discernir quando é um comportamento justificável e quando é produto da imaginação ou da invenção de uma criança. Para atingir esse equilíbrio, é necessário avaliar nossa atitude, sem subestimar a opinião e reivindicação de nossos filhos.
  • Deixar claro em todos os momentos que amamos nossos filhos, porque as crianças não sabem reconhecer as ações que fazemos em nome delas por amor. Alimentá-las, pagar suas despesas ou oferecer a elas um teto não é sinônimo de amor.

Principais erros cometidos pelos pais ao se depararem com o ciúme dos filhos

É muito importante que os pais respeitem os sentimentos dos filhos, mas às vezes cometemos erros na maneira como agimos quando suas emoções se manifestam. Se pudermos identificar que o que a criança está sentindo é ciúme, poderemos tentar orientar em vez de reprimir, conversar em vez de gritar e oferecer compreensão em vez de punir.

Ciúme em crianças: diferença de tratamento.

Em parte dos casos, o problema está na forma como os pais agem. É possível que com o nosso comportamento estejamos causando o ciúme das crianças, mas também a nossa atitude está fazendo com que essa emoção se intensifique.

Embora o ciúme faça parte da subjetividade, devemos evitar subestimar os sentimentos das crianças. É obrigatório refletir sobre se é necessário modificar nosso comportamento, mesmo que ainda não estejamos passando por essa situação.
Entre os principais erros que cometemos nesses casos estão:

  • Acusar as crianças verbalmente de inveja ou ressentimento. Às vezes, as palavras são mais duras do que qualquer tapa. Para uma criança, nunca é agradável ser julgada pelos pais sem ser ouvida.
  • Não reconhecer quando estamos agindo de forma errada. Às vezes, preferimos deixar a responsabilidade dos sentimentos para a criança, dizemos que ela está errada e não olhamos para nós mesmos.
  • Minimizar as manifestações de frustração da criança. Negligenciar esses problemas pode ter sérias consequências em aspectos como a personalidade, a adaptação e a autoestima dos pequenos.
  • Ignorar para deixar o momento passar é bom, mas ignorar permanentemente esse assunto é grave, assim como punir, repreender ou reprimir as crianças. Nesse sentido, se o pequeno já estava preocupado com a falta de atenção, agora praticamente terá confirmado esse pensamento
  • Dar atenção no momento menos apropriado, como quando as crianças estão no meio de uma crise de ciúme. É importante esperar até que elas se acalmem.

Embora o aparecimento e a manifestação desse sentimento sejam normais, é problemático quando é algo prolongado ou intensificado, levando a problemas de desadaptação pessoal e danos ao relacionamento familiar.

É aconselhável agir com prontidão para evitar o aumento do nível das emoções. A intervenção em casa, com amor e comunicação sempre traz bons resultados.

Porém, às vezes é necessário consultar especialistas, porque às vezes as causas que determinam a explosão do ciúme são óbvias, mas há casos em que não há motivos reais.

É necessário reconhecer quando o ciúme é normal e justificável de alguma forma. Caso contrário, podemos estar falando de problemas mais graves.


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