Como ajudar seu filho se ele estiver em um relacionamento abusivo

Muitas vezes, um relacionamento abusivo é disfarçado de carinho e preocupação. No entanto, trata-se de controle e manipulação. Saiba tudo sobre esse tema.
Como ajudar seu filho se ele estiver em um relacionamento abusivo

Última atualização: 07 agosto, 2022

“Eu não vivo sem ele(a)”, “Se eu tiver que ficar na escola, você não deve sair, isso é o que um(a) bom(boa) namorado(a) faz”, “Ela(e) gosta de ver quem reage aos meus stories do Instagram”. O que está por trás desses comentários ou situações presentes no namoro na adolescência? Dependência emocional, manipulação e controle. Essas situações muitas vezes aparecem encobertas pela ideia de “amor romântico”, mas na realidade revelam um relacionamento abusivo.

Vamos ver o que é e como ajudar seu filho se ele estiver uma relação desse tipo.

Como identificar se seu filho está em um relacionamento abusivo

Às vezes não é fácil perceber que um jovem está em um relacionamento abusivo. No entanto, mudanças de atitude podem nos dar uma pista. Estes são alguns dos sinais que você pode notar se esse for o caso do seu filho:

  • Mudanças de humor: a adolescência é marcada por mudanças de humor, mas devemos prestar atenção à sua expressão e ao contexto em que surgem. Em um relacionamento abusivo pode haver tristeza ou irritabilidade. Além disso, geralmente ocorrem alterações a nível físico e corporal, como dificuldades para adormecer ou perda de apetite, entre outras.
  • Abstinência: há uma perda de interesse em participar de atividades sociais ou se reunir com amigos.
  • Dificuldades acadêmicas ou incapacidade de cumprir responsabilidades: por exemplo, o adolescente começa a esquecer sua lição de casa ou começa a se sair mal nas provas.


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O isolamento e as mudanças de humor podem ser sinais de que seu filho está em um relacionamento abusivo.

Como ajudar seu filho se ele estiver em um relacionamento abusivo

O abuso pode ser físico, verbal, psicológico ou assumir várias formas. Para ajudar seu filho imerso em um relacionamento prejudicial, será muito importante permitir o diálogo e não o confronto. É fundamental que você possa ganhar sua confiança para que ele lhe contem o que está acontecendo.

Aqui estão algumas dicas para ajudar vocês a resolver a situação.

Apontar os comportamentos, não a pessoa

Se você criticar a pessoa com quem seu filho está, ele vai levar isso para o lado pessoal. Em vez disso, você pode convidá-lo a refletir e fazer a seguinte pergunta: “O que você diria a uma amiga se ela lhe dissesse a mesma coisa que você acabou de me dizer?”

Esta é uma forma de se distanciar do fato e avaliar o comportamento em vez da pessoa. Em consonância com isso, é melhor apontar os comportamentos prejudiciais, para que ele também conheça os modelos relacionais mais saudáveis.

Refletir sobre as emoções

Você pode convidar seu filho a pensar em como ele se sente quando sua parceira se comporta dessa maneira. Assim, você o ajuda a integrar emoções com fatos.

Dar um bom exemplo

É fundamental que haja um clima de respeito em casa e que os adultos sejam os modelos de referência nas relações. As intervenções devem ser educadas e assertivas.

Além disso, temos que saber que crianças e adolescentes são como esponjas que absorvem muito do que veem em casa e, a partir disso, aprendem a manejar em outras áreas.

O diálogo é essencial para poder ajudar o adolescente. Você terá que ganhar a confiança dele para que ele possa se abrir para lhe contar o que está acontecendo.

Falar muito

A adolescência pode ser um período de grande incerteza. As alterações físicas e psicológicas, assim como a importância e pressão exercida pelos seus pares, podem representar um desafio para os jovens. Por isso, é importante que você busque se conectar com eles, que participe de suas vidas e que conheça seus interesses e suas amizades.

Dessa forma, tente criar um vínculo de confiança e segurança com seu filho deixando a porta aberta para ele pedir e contar com você quando precisar.

Uma boa porta de entrada pode ser compartilhar como você se sentiu na idade dele. Outra opção é perguntar o que ele pensa sobre determinada cena de um filme ou a relação que os personagens têm em determinada série. Dessa forma, você poderá aprender mais sobre suas ideias e ajudá-lo a refletir.

Evitar as proibições

Se você tentar impedir que seu filho veja uma determinada pessoa, é muito provável que ele fique ainda mais interessado em fazer isso. É até possível que ele comece a mentir e fugir para poder ver sua parceira.

Os jovens devem aprender as noções de respeito e autocuidado, encoraje-os a desenvolver seus próprios critérios e explique em que nos baseamos para dar a eles conselhos ou sugestões.



Não idealize o amor romântico

Finalmente, para que se estabeleçam relações positivas, saudáveis e equitativas, é fundamental trabalhar em termos de promoção e prevenção. Portanto, é necessário abordar conceitos mais amplos, como amor, respeito, sexualidade e consentimento, entre outros.

Por sua vez, os mitos do amor romântico devem ser desmantelados, muitos dos quais têm bases sexistas. Por exemplo, aqueles que justificam o ciúme patológico sob o pretexto de “interesse” e “preocupação”, quando na realidade disfarçam o controle. Além disso, as provas de amor ou a ideia de que se o parceiro briga ou humilha você, ele faz isso porque te ama e quer chamar sua atenção.

É muito importante criar um clima de diálogo e confiança com as crianças, pois o abuso na adolescência costuma ser verbal e psicológico. No entanto, é uma base sobre a qual crescem todos os tipos de violência.


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