Como saber se uma criança é cinestésica?

Os estilos de criação não definem as crianças nem garantem a aprendizagem adequada por si mesmos. Descubra mais sobre isso neste artigo.
Como saber se uma criança é cinestésica?
Nadia Yépez Suarez

Revisado e aprovado por a neuroeducadora Nadia Yépez Suarez.

Última atualização: 27 dezembro, 2022

É provável que você já tenha ouvido classificarem uma criança como cinestésica, visual ou auditiva, dependendo de sua facilidade de aprender. Mas esse termo se refere a estilos de aprendizagem, preferências individuais ou neuromitos? Vamos descobrir juntos.

Os estilos de aprendizagem

A aprendizagem das crianças pode ser alcançada por meio de diferentes vias sensoriais: visual, auditiva e cinestésica (VAK). Dependendo do estilo de aprendizagem preferido, é possível educar o pequeno enfatizando seus pontos fortes (Dunn & Price, 1984).

Porém, segundo Ferrero, essa definição se refere apenas à modalidade sob a qual o aluno prefere aprender, não significando que ele realmente aprenda com ela.

Também pode-se inferir que, como ocorre por diferentes vias sensoriais, o aprendizado é processado em diferentes áreas do cérebro e de forma independente. Mas isso está errado, uma vez que o processamento sensorial envolve todos os aprendizados.

A verdade é que cada pessoa aprende de uma forma única, através de estratégias diferentes, em seu próprio ritmo e com uma abordagem diferente de acordo com sua motivação.

Por esse motivo, é importante evitar classificar os alunos com base em seus estilos de aprendizagem preferidos, pois isso não determina sua capacidade de aprender. Essa habilidade se desenvolve e evolui de forma contínua e diferente em cada criança.

Cérebro e aprendizagem.

Neuroeducação, uma contribuição científica

A neuroeducação é o estudo científico do sistema nervoso, aplicado ao processo educacional de ensino e aprendizagem.

Graças ao uso do eletroencefalograma ou dos estudos de imagem, os pesquisadores podem avaliar a atividade cerebral durante a cognição e determinar como cada pessoa aprende.

Uma das grandes contribuições da neurociência é a noção de que o cérebro forma redes de conexão entre os neurônios durante o processo educacional e isso, por sua vez, determina um determinado comportamento.

Dessa forma, saber como um aluno aprende serve como uma ferramenta para o professor promover experiências facilitadoras para cada criança.

O neuromito da criança cinestésica

Nos últimos anos, tem havido um aumento na circulação de informações sobre estilos de aprendizagem e propostas educacionais, sem respaldo científico que as comprovem. Isso é conhecido como neuromito.

“A neuroeducação geralmente entende os neuromitos como falsas ideias, crenças, interpretações ou extrapolações que transcenderam a opinião pública, apesar de terem sido banidas ou invalidadas pela neurociência.”

-John Geake-

Um dos neuromitos que ainda rondam o processo de ensino e aprendizagem é o da criança cinestésica. Essa afirmação se refere à capacidade da criança de aprender por meio do movimento, mas não define necessariamente suas qualidades.

Aprendizagem e movimento

A neurociência nos mostrou que o movimento favorece o controle da criança sobre seu corpo e seus pensamentos.

Nesse sentido, as atividades que produzem movimento permitem que o cérebro crie conexões com todas as suas áreas: visual, auditiva, sensorial, de linguagem, entre outras.

Isso favorece o desenvolvimento integral da criança, pois está relacionado aos processos de atenção, autorregulação, memória, aprendizagem da linguagem e da autoestima, entre outros.

Preferências individuais de aprendizagem

A aprendizagem é um processo concreto, baseado em fatores biológicos, psicológicos e sociais. As pessoas têm preferências diferentes de aprendizagem, o que depende, em grande medida, das experiências que vivemos e também das estratégias que nos deram bons resultados nas diferentes circunstâncias.

Professora ensinando aos seus alunos a autogestão da aprendizagem.

Sobre o aprendizado da criança

Após revisar os estilos de aprendizagem, preferências individuais e neuromitos, podemos concluir que a criança desenvolve sua aprendizagem por meio de movimentos e experiências sensoriais que favorecem a cognição.


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