Disfunções temporomandibulares em crianças: o que você deve saber

Às vezes, a boca da criança não pode funcionar normalmente como resultado dessa patologia. Descubra o que fazer para melhorar a saúde bucal do seu filho.
Disfunções temporomandibulares em crianças: o que você deve saber

Última atualização: 28 agosto, 2021

É comum que as crianças se queixem de dor, tensão ou desconforto na mandíbula. Embora na maioria das vezes esses sintomas desapareçam por conta própria, em outros casos eles constituem as primeiras manifestações das disfunções temporomandibulares.

No contexto desse problema, a dor é persistente e piora a cada dia, dificultando a mastigação, a fala e até movimentos como sorrir. Por isso, os tratamentos são muito necessários para devolver a qualidade de vida aos pequenos.

Neste artigo, vamos explicar o que são as disfunções temporomandibulares, a que se devem e como agir quando elas aparecem. Não deixe de conferir!

O que são as disfunções temporomandibulares em crianças?

As disfunções temporomandibulares são aquelas condições clínicas que envolvem os músculos mastigatórios, a articulação temporomandibular (ATM) e suas estruturas relacionadas. Esse complexo articular é responsável por conectar a mandíbula ao crânio e permite que a mandíbula se mova.

Uma ou mais dessas estruturas podem ser afetadas por diferentes causas e provocar diferentes sintomas. Quando a mobilidade da mandíbula é prejudicada, as funções da boca também ficam comprometidas.

Sintomas de disfunções temporomandibulares em crianças

Dependendo da causa, as manifestações das disfunções temporomandibulares variam. Alguns dos sinais ou sintomas mais comuns são os seguintes:

  • Dor: nas articulações, ao redor das orelhas, nas orelhas, nos músculos faciais ou até no pescoço, na cabeça e nos ombros.
  • Dificuldade em realizar os movimentos da boca: como morder, mastigar, falar, sorrir ou bocejar.
  • Espasmos musculares: são movimentos repentinos e involuntários dos músculos da mastigação.
  • Barulhos ou estalidos: os sons são ouvidos ao abrir ou fechar a boca.
  • Desvio da mandíbula ao abrir ou fechar a boca, observa-se um leve deslocamento lateral.
  • Tontura.
  • Perda de audição ou zumbido nos ouvidos.
  • Travamento da mandíbula: a boca se abre de uma vez, mas não volta a se fechar.

Causas de problemas de ATM em crianças

Embora não esteja totalmente claro o que causa as disfunções temporomandibulares em crianças, existem vários fatores que podem favorecer seu aparecimento. Em situações de estresse, as crianças podem desenvolver bruxismo e despertar alguns dos sintomas mencionados.

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Bruxismo é o hábito de ranger os dentes ou apertar a mandíbula com força. Isso sobrecarrega a ATM e causa várias lesões.

Por outro lado, interferências oclusais como maloclusões e alguns hábitos disfuncionais contribuem para o dano dessa articulação. Os movimentos compensatórios realizados por crianças com problemas de mordida também sobrecarregam e lesionam a ATM.

Finalmente, algumas patologias articulares ou musculares e traumas na face podem dar origem a essa doença.

Diagnóstico das disfunções temporomandibulares em crianças

Quando a criança apresenta algum dos sintomas típicos desse distúrbio, o ideal é consultar o dentista imediatamente. O profissional pode localizar a origem do desconforto e tratar o quadro o mais rápido possível.

Para confirmar a disfunção temporomandibular em uma criança, muitas vezes é necessário realizar alguns exames. Por exemplo, uma boa avaliação clínica e radiografias, ressonâncias magnéticas ou tomografias computadorizadas.

Tratamentos para os problemas de ATM

Os tratamentos para esse distúrbio dependem da causa e do paciente, uma vez que tanto os sintomas quanto os fatores a eles associados são variáveis.

Muitas vezes, a abordagem consiste em deixar a articulação em repouso por alguns dias, para que as estruturas se desinflamem e o quadro se resolva espontaneamente.

Dentre as medidas gerais, é indicado evitar atividades que exijam movimentos da boca, como mascar chiclete, ranger ou apertar os dentes. Também é necessário ter o cuidado de não abrir muito a boca ao bocejar, garantir uma alimentação leve, massagear a região e aplicar compressas frias para aliviar a dor.

Nos casos de bloqueios mandibulares, é necessário procurar uma emergência odontológica para que o profissional possa reposicionar o osso. Isso é feito por meio de diferentes manobras e, muitas vezes, é necessário aplicar sedação no paciente.

Tratar as causas do distúrbio também faz parte da solução. Se esses fatores continuarem, as doenças reaparecerão continuamente. O dentista pode solicitar placas para bruxismo, reajustar obturações ou sugerir ortodontia para corrigir más oclusões.

Em alguns casos, o uso de analgésicos pode ser útil. E em situações mais extremas, quando as demais terapias tiverem falhado, algum tratamento cirúrgico pode ser indicado. No entanto, essas cirurgias não costumam ser realizadas em crianças.

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Algumas estratégias preventivas

Embora a causa exata desses distúrbios em crianças ainda não tenha sido determinada, existem algumas medidas que ajudam a prevenir seu aparecimento.

Entre elas, ensinar como controlar o estresse e a ansiedade para que a criança possa liberar suas energias sem a necessidade de apertar ou ranger os dentes. Ajudar a tomar consciência das situações que despertam o bruxismo também é uma forma de controlar o hábito. Alguns exercícios respiratórios ou atividades de relaxamento podem ser úteis.

Uma boca que funcione sem desconforto ou dor é fundamental para garantir o bem-estar da criança.


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