Existia um menino que aprendeu a ser valente

Existia um menino que aprendeu a ser valente
Valeria Sabater

Escrito e verificado por a psicóloga Valeria Sabater.

Última atualização: 22 dezembro, 2021

Certa vez existia um menino que aprendeu a ser valente. Uma criança que incentivada por seus pais e professores derrotou seus medos e se encheu de autoconfiança e superação. Nosso pequeno herói foi capaz de fazer frente aos provocadores de sua escola, se sentiu forte até para fazer novos amigos e olhar seu futuro com esperança…

Sir Ken Robinson, conhecido educador, escritor e conferencista britânico nos diz, várias vezes, em seu trabalhos que o sistema educacional atual é falho em muitos aspectos. Ainda mais porque nós também, como pais e mães, nos enganamos com alguns “pequenos” detalhes.

A pessoa que é capaz de alcançar os seus sonhos e se sentir merecedor deles, esconde em seu interior uma criança que aprendeu a ser valente, alguém que aprendeu a se defender, a gostar de si mesma e a se sentir digna de seus desejos.

É possível que você agora mesmo esteja se perguntando, mas… onde é que estou errado? A resposta é muito simples e vale a pena refletir sobre isso: educamos para fora. Queremos crianças competentes em varias áreas acadêmicas, queremos pessoas que se adaptem à essa sociedade exterior temperamental e, acima de tudo, pleiteadora.

Contudo, o que nos indica o professor Robinson, é que geralmente nos esquecemos de educar o interior, educar com segurança e com motivação intrínseca. Devemos oferecer estratégias psicopedagógicas para dar ao mundo crianças valentes, capazes de cuidar de si mesmas e consequentemente de criar um mundo melhor.

Mamãe, me ensine a ser corajoso, me diga como ser uma criança mais forte

Existia certa vez, um menino pequeno, de aparência frágil e sorriso  amável. Nosso protagonista levava uma vida bastante solitária: poucos amigos e poucas horas compartilhadas no seio de sua família. Seus pais trabalhavam o dia todo, e ele, aplicado e brilhante como sempre, tirava excelentes notas.

Seus pais olhavam para ele com orgulho. Diziam a si mesmos que o estavam educando bem, que tudo corria estupendamente. Eram felizes. Até que nossa criança um dia se aproximou de sua mãe e pela primeira vez em sua vida, lhe pediu uma coisa: “me ensine a  ser corajoso”.

O protagonista desta historia não sofria de bullying, porém sentia que cedo ou tarde isso aconteceria. Se existia alguma coisa de que ele estava cansado, era de ter medo: medo de falar com as pessoas, medo de falar com os mais velhos, medo da escuridão, do que havia embaixo da cama, medo de que um certo dia se convertesse em alguém  invisível

Ensine a coragem desde cedo

Algo que, sem dúvida, temos é a intuição de que os pais da criança desta história descuidaram do aspecto mais importante de todos: as emoções.

É essencial que desde cedo criemos ambientes seguros para conseguir que nossos filhos se sintam amados e amparados. Não como nosso pequeno protagonista, que se sentia quase como um ser invisível, alguém a ponto de desaparecer…

  • A primeira coisa, é oferecer às crianças essa zona de conforto físico e emocional onde possam crescer, não só de tamanho, mas também em sentimentos, em segurança e autoestima.
  • A coragem vem da segurança emocional, e para isso é essencial que validemos seus sentimentos, que alimentemos sua autoestima e plantemos em seu coração as sementes de um bom amor próprio.

Mais tarde, no dia a dia, outro trabalho essencial será o de atuar como “apagadores de medos”. É preciso saber que o que existe por traz de muitos medos é simples insegurança. Portanto, daremos estrategias para facilitar e para que enfrentem seus temores, raciocinando e enfrentado todos eles.

menino que sofre bulling e que aprende a ser valente

Incentive a segurança neles mesmos

A criança que deseja ser corajosa, deve ter uma adequada segurança em si mesma, e para ela é essencial que à medida que cresça, assuma mais responsabilidades.

Toda a responsabilidade melhora a visão que elas tem delas mesmas. Pouco a pouco se sentirão capazes de fazer muitas coisas.

Cuidado, não superproteja

Nós sabemos: que mãe que não deseja evitar todo o perigo e todo mal a seu filho? Entretanto, lembre-se, não podemos estar com ele às 24 horas do dia, é preciso que o deixemos viver, demos às crianças adequadas oportunidades de aprendizado onde obtenham as melhores lições: as da própria experiencia.

Alimente sua consciência

É necessário ser corajoso para fazer o certo, quando outros não o estão fazendo. É necessário ter caráter para dizer “não” a isso que os outros fazem, a se negar a pegar esse cigarro, a gravar com o celular uma briga no patio da escola como os outros fazem.

Explique a ele que corajoso é quem age de acordo com sua consciência e seus bons valores.

menino de braços abertos se sentindo livre

Um livro sobre esse tema

Para encerrar, queremos recomendar um livro muito interessante sobre esse tema, que lhe oferecerá uma grande ajuda com seus filhos.

“Como superar os medos e as preocupações”, do psicólogo James J. Crist, nos ajudará a criar crianças mais corajosas e capazes  de enfrentar inclusive seus próprios medos.

Esse psicólogo americano é especializado em traumas, depressões e desordens psicológicas das crianças. Um de seus propósitos com esse livro é ajudar as crianças para que compreendam e racionalizem o mundo dos medos.

É um livro de cabeceira para nós e para nossos filhos, onde poderão por exemplo, a diminuir seu medo do escuro, ou dos abusos da escola, ou inclusive de seus pesadelos mais recorrentes. Vale a pena dar uma boa olhada e começar a trabalhar em cima de seus conselhos.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.