No olhar do meu filho habita a bondade do mundo

No olhar do meu filho habita a bondade do mundo
Valeria Sabater

Escrito e verificado por a psicóloga Valeria Sabater.

Última atualização: 22 dezembro, 2021

No olhar de qualquer criança, a esperança dança abraçada à bondade. Nos olhos de qualquer criança habitam as os sonhos e a incontrolável curiosidade… Não devemos deixar que esses habitantes tão nobres que vivem no interior das crianças se percam. Devemos fazer com que esses inquilinos tão mágicos estejam sempre no seu coração, acompanhando-as até a vida adulta.

Uma pergunta que os psicólogos, os psiquiatras, os sociólogos e os filósofos se fazem desde sempre é se as crianças nascem com uma bondade natural e a sociedade, a educação, e o contexto social que, por vezes, transformam essa virtude em egoísmo, em falta de empatia, em desconsideração ou em comportamentos agressivos.

“Um grama de bondade vale mais que um quilo de intelecto”

-Alejandro Jodorowsky-

A neurociência nos explica que o DNA da maldade existe apenas em 1% dos casos. O resto, ou melhor, o motivo pelo qual há crianças, adolescentes e adultos que demonstram comportamentos provocadores e violentos estaria sem dúvidas no ambiente, em um vínculo parental nocivo, em uma educação na qual estiveram presentes maus tratos ou carências afetivas profundas.

Tudo isso nos faz pensar que, efetivamente, as crianças chegam ao mundo com uma bondade natural. No entanto, mais que bondade, os especialistas definem como “vontade de se conectar com seu meio”. Uma criança precisa dos seus pais, dos seus avós, da sua família e de todos esses agentes que com suas ações, cuidados, e uma adequada inteligência emocional promoverão, sem dúvidas, o melhor de uma criança.

Essa é uma tarefa na qual com certeza vale a pena investir tempo e esforços.

Aprenda a promover a bondade natural do seu filho

olhar

Quando seu bebê chegou ao mundo, uma coisa que sem dúvidas chamou sua atenção foi o olhar do seu pequeno. Mais tarde, quando esses olhinhos começaram a se fixar em você de maneira voluntária, lhe presenteando com mais que um sorriso, você descobriu que poucas coisas podem ser mais intensas ou mais maravilhosas que esses momentos.

É interessante saber que os olhos, além de serem a janela do nosso coração e das nossas emoções, também são o modo com que geralmente estabelecemos contato com as pessoas. Assim, a criança que não procura o rosto dos pais mesmo tendo chegado aos 2, 3, 4 anos de idade, e o adulto que desvia dos olhares do seu interlocutor, costumam apresentar algum tipo de problema oculto que é necessário identificar.

Nós falamos com o olhar, procuramos uns aos outros e precisamos desse canal para nos sentirmos importantes, para comunicar afeto, interesse, para dar atenção e principalmente amor. A bondade habita, então, nessas preciosas janelas do seu filho. Assim, não hesite e descubra como você pode potencializar o valor da nobreza, da empatia e dessa consideração que um bebê traz de maneira natural no seu interior.

Vou ensinar você a ter consciência de si mesmo

Antes de tomar consciência dos outros e das emoções alheias, uma criança deve entender a si mesma. É necessário que ela entenda quando está bem e quando não está, onde estão os limites e por que, às vezes, sente raiva, medo, frustração.

  • Deve entender que quando uma pessoa se irrita, ela não bate nas outras.
  • Deve ter liberdade para chorar quando precisar sabendo que a mamãe estará ali para confortá-la.
  • Deve saber que cada coisa que faz e diz tem um impacto sobre os demais.

Vou ensinar você a controlar suas emoções

  • Uma coisa que devemos levar em consideração é que ensinar uma criança a controlar suas emoções não significa proibir, não significa nos limitar a dizer “não grite”, “não se irrite com isso”, “não chore”.
  • Em vez do “não” coloque um “por que”: “por que você está irritado?”, “por que está chorando?”.

Se estimulamos na criança a comunicação emocional desde cedo, vamos promover uma maior competência nessa área.

Abrirei as portas para você para que saiba o que é a consciência social

olhar

A consciência social nasce em casa, mais tarde se estende ao mundo da escola e, pouco a pouco, se abre em outros meios em que a criança está presente.

É nesses contextos progressivos que nossos filhos devem demonstrar e aplicar dia-a-dia sua bondade, seu respeito, sua consideração pelos outros, sua empatia e sua capacidade de compreender todos esses aspectos que criam fortes laços entre as pessoas.

Nós seremos os guias, nós seremos o melhor exemplo e esse facilitador cotidiano que vai tirar o melhor de dentro das crianças.

“A bondade é o único investimento que nunca vai à falência”

-Henry David Thoreau-

Habilidades sociais

As habilidades sócias, tais como a boa comunicação, ou a assertividade, proporcionarão à criança a capacidade de estabelecer e manter relações saudáveis, respeitosas e principalmente gratificantes.

  • É assim que a criança vai aprender, por exemplo, a se defender das outras crianças que fazem bullying nas escolas, é assim que servirá de exemplo para outras crianças, que resolverá seus conflitos e conseguirá estabelecer relações sólidas de amizade que serão, sem dúvidas, enriquecedoras.

Fomentar a bondade nos nossos filhos é uma tarefa cotidiana na qual é necessário investir esforços, da qual não podemos nos descuidar nunca. Vamos fazer com que esse precioso olhar sempre conserve o brilho da esperança e da bondade mais nobre.


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