Parto na água: é recomendável?

Parto na água: é recomendável?
Nelton Ramos

Revisado e aprovado por o médico Nelton Ramos.

Escrito por Gladys González

Última atualização: 27 dezembro, 2022

Garantir o direito da mãe e de seu bebê a ter um parto humanizado tem sido o objetivo daqueles que acreditam que o nascimento de um ser humano é um momento sagrado que deve ser respeitado e defendido. Hoje falaremos sobre o parto na água como uma alternativa para oferecer tranquilidade à mãe.

Em que consiste o parto na água

As opções para trazer o bebê ao mundo são variadas: parto natural, vertical ou horizontal, cesariana e parto na água.

Sobre o último ponto os últimos anos foram repletos de discussões sobre os seus benefícios e inconvenientes. Então, se você já pensou na possibilidade de estar em uma banheira ou jacuzzi para dar boas-vindas ao seu bebê, queremos que tenha uma perspectiva clara do tema.

Não é difícil de se ouvir que o parto na água gera uma transição mais suave ao passar de um meio aquoso a outro (o ventre materno e a banheira) através do colo uterino.

Entretanto, alguns obstetras e neonatologista avisam que ao nascer o bebê é retirado imediatamente da água porque necessita respirar e por isso não apoiam a teoria de que o bebê aproveita o fato de estar submerso junto à sua mãe.

Então, se você quiser optar por esta alternativa porque pensa que o bebê terá oportunidade de ambientar-se melhor ao permanecer na água  é mais recomendável pensar nisto com bastante calma, para pesar se vale a pena escolher esta técnica, já que serão só alguns segundos em que o bebê estará submerso enquanto termina de sair completamente do seu percurso no parto.

À seguir, mencionamos alguns pontos chaves importantes para ter em conta antes de decidir enfiar-se numa jacuzzi para dar luz aos nossos pequenos.

A temperatura da água em que está submersa a mãe deve rondar os 37ºC porque se trata de simular as condições internas nas quais se encontra o bebê.

Vantagens do parto na água

Parto na água: é recomendável?

Os 37ºC em que se mantém a água têm propriedades anestésicas sobre a mãe. Por certo, há aqueles que denominam o parto na água com “aquadural” ao compará-lo com a injeção epidural dada às gestantes.

As mamães podem compartilhar com seu parceiro(a) o trabalho de parto. Isto é, os papais ou mamães podem entrar também na água e servir de apoio físico e emocional para a mulher que está numa fase de hipersensibilidade e vulnerabilidade.

A água diminui a intensidade das contrações,  ao mesmo tempo em que ajuda a manter controlada a pressão sanguínea.

A sensação de prazer que a mãe tem dentro da água promove a liberação das endorfinas que, por sua vez, reduzem a dor.

Em uma banheira, a mamãe junto a seu parceiro(a) poderá mudar de posição quando assim o deseje. Inclusive também terá a oportunidade de entrar e sair da água quando for conveniente, sempre sob supervisão médica.

No que diz respeito ao bebê, acredita-se que ao passar de um meio aquático como o ventre da mãe, a outro como a banheira, é reduzido o que é chamado o trauma de nascimento.

A água diminui a pressão característica da pélvis da mãe sobre a cabeça do recém-nascido.

É possível que de última hora surja algum inconveniente que obrigue os médicos a tirar a mãe da água para ser levada à sala de cirurgia.

Desvantagens

Parto na água: é recomendável?

A água da banheira é um ambiente ideal para bactérias e micróbios, especialmente se a mãe sofre hemorragias, se há a ruptura de membranas ou se fezes são expelidas, o que constitui um alto risco de infecção para a mamãe e para o bebê.

Cada mulher é diferente e é possível que algumas não consigam relaxar  e a dor seja muito intensa. Nestes casos, a equipe médica recomendará sair da água para que se apliquem os analgésicos correspondentes, como a epidural.

Se a mãe não relaxa não é descartada a possibilidade de que possa sentir náuseas e a subida da pressão sanguínea.

Em pleno trabalho de parto  o médico poderá recomendar terminar o processo dentro de uma sala de cirurgia devido a qualquer dificuldade. Esta situação pode gerar decepção ou frustração na mãe.

Os bebês devem ser tirados da água imediatamente ao terminar de sair da mãe. Como se trata de um movimento rápido, com pouca visibilidade para manobrar, é possível que haja uma avulsão (rompimento) do cordão umbilical, o que pode gerar uma hemorragia.

Ainda que os recém-nascidos tenham o reflexo de mergulhar, com o qual suas membranas mantém fechadas suas vias respiratórias, se chegam a respirar durante os escassos segundos em que estão debaixo d’água, podem passar por asfixia neonatal e, possivelmente, convulsões.

Se é decidido pelo parto na água, porque é considerado que os benefícios são maiores que os riscos para você e seu bebê, consulte com seu obstetra onde podem lhe oferecer a atenção médica especializada.

Lembre-se que não importa como você queira que o bebê vá nascer, o imprescindível é que se escolha uma maternidade com as instalações adequadas para atender qualquer imprevisto.

Médicos em todo o mundo recomendam aproveitar os benefícios relaxantes que as banheiras de água propiciam durante o trabalho de parto, mas uma vez em que a mãe alcance os centímetros de dilatação necessários, é preferido que a tirem da água antes que o bebê saia para reduzir o risco de infecções.

Lembre-se que a decisão a ser tomada junto a seu parceiro(a) deverá ser endossada por seu médico, em quem você deverá confiar completamente, para que no dia do nascimento a tranquilidade lhe permita aproveitar mais deste lindo e único momento.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.