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Síndrome de Sturge-Weber em crianças
O diagnóstico precoce dessa síndrome é fundamental, pois ela pode comprometer seriamente a saúde e a qualidade de vida da criança afetada.

A síndrome de Sturge-Weber ou SSW é uma doença congênita considerada uma doença rara. Caracteriza-se, principalmente, por uma mancha de nascença no rosto chamada de ‘mancha vinho do Porto’, bem como por sintomas neurológicos. Portanto, é considerada um distúrbio neurocutâneo.
Foi descrita pela primeira vez em 1860, embora as suas características específicas só tenham sido estudadas posteriormente. Considera-se que existam três tipos de síndrome de Sturge-Weber:
- SSW Tipo 1: angioma facial e de leptomeninges.
- Tipo 2: apenas angioma facial.
- Tipo 3: apenas angioma de leptomeninges.
De acordo com os estudos realizados, considera-se que ela começa no início da gravidez, entre as 6 e as 9 primeiras semanas de gestação, embora a sua causa seja desconhecida. É produzida por uma mutação genética que afeta uma proteína relacionada a alguns fatores de crescimento, bem como a peptídeos vasoativos e alguns neurotransmissores.
Sintomas clínicos da síndrome de Sturge-Weber
Podemos agrupar os sintomas mais importantes da síndrome de Sturge-Weber em três grupos principais:
- Angioma facial.
- Manifestações oculares, tais como o glaucoma.
- Comprometimento neurológico.
Angioma facial
Conforme dissemos, o sintoma mais característico é o angioma vascular facial, uma marca de nascença da cor do vinho do Porto. Geralmente ocorre na área do nervo trigêmeo: na testa ou na pálpebra superior. Embora não seja o mais comum, às vezes se estende a áreas mais amplas da face ou até mesmo ao tronco ou extremidades.
Esse angioma facial pode estar frequentemente associado à hipertrofia dos tecidos moles e até mesmo ósseos. Isso está relacionado a um comprometimento da visão, da audição, da deglutição ou da fala, entre outros.
Manifestações oculares
As manifestações oculares e sinais oftálmicos são outro ponto muito importante no diagnóstico e prognóstico dessa doença. De fato, um dos efeitos mais comuns é o glaucoma, um aumento na pressão ocular que pode levar à cegueira.
Comprometimento neurológico
Há também casos da síndrome de Sturge-Weber em que não há nenhuma mancha facial característica como a que descrevemos. Esses casos geralmente são mais graves porque o angioma pode ocorrer dentro do sistema nervoso central, mais especificamente nas leptomeninges.
As manifestações cerebrais ou neurológicas dessa síndrome geralmente são danos às leptomeninges, convulsões e atraso mental. Por exemplo, um sinal que pode ser detectado no ultrassom pré-natal são as calcificações dentro do crânio.
Entre 75 e 90% dos pacientes têm convulsões, sendo a manifestação neurológica mais comum. Geralmente são crises duradouras que se repetem com frequência e que são difíceis de controlar com os tratamentos habituais.
Entre 50 e 70% dos pacientes desenvolvem, após essas crises, um atraso mental. Outras consequências desse comprometimento neurológico podem ser hemiparesias e hemianopsias.
Tratamento da síndrome de Sturge-Weber
O tratamento da síndrome de Sturge-Weber deve ser multidisciplinar, assim como o seu diagnóstico. Ou seja, sempre envolve profissionais de diferentes áreas, tais como neurologia, neurocirurgia, oftalmologia, dermatologia, etc.
Em relação ao comprometimento neurológico, o ponto fundamental do tratamento geralmente é o controle de convulsões e crises epilépticas. Essa terapia pode ser farmacológica ou cirúrgica ou ainda uma combinação das duas. Isso ocorre porque a farmacologia comum só resolve aproximadamente 50% das crises convulsivas.
O tratamento do glaucoma também é geralmente complicado e muitas vezes requer cirurgia. No entanto, o angioma facial geralmente é um problema simplesmente estético. Uma terapia útil que é usada frequentemente é a aplicação do laser pulsado, além de possíveis maquiagens cosméticas que ajudem a cobrir a lesão.
Em conclusão, o diagnóstico precoce dessa síndrome é essencial, pois ela pode comprometer seriamente a saúde e a qualidade de vida da criança afetada. Os sinais e sintomas nem sempre são os mesmos, mas, se houver a mínima suspeita, o caso deve ser estudado em detalhe para que ela possa ser descartada.