10 tipos de violência psicológica que mais afetam as crianças

O desenvolvimento de meninos e meninas é seriamente comprometido pela violência psicológica. Especialmente em uma idade jovem. Aqui vamos contar tudo sobre isso.
10 tipos de violência psicológica que mais afetam as crianças

Última atualização: 18 abril, 2022

Sabemos que a violência tem múltiplas formas e também que traz consequências desastrosas para a saúde física e mental. No entanto, na infância seu impacto é ainda maior, pois cria um paradoxo difícil de resolver: quem deve me proteger e me amar é quem me machuca. Entre os tipos de violência existe a violência psicológica e hoje vamos contar do que se trata.

O que é a violência psicológica

A violência psicológica é muito mais sutil que outras, não em seus efeitos, mas na forma como se expressa. Não aplica golpes ou abusos físicos, mas se manifesta por meio de chantagem emocional, humilhação e comentários destrutivos. Ou também por ações ou omissões. Independente do disfarce que adote, acaba corroendo a autoestima das crianças.

Família brigando, menina chorando
A violência psicológica pode ser exercida por ação ou omissão. Inclusive fazendo parte do cotidiano nos laços intrafamiliares.

Os 10 tipos mais prejudiciais de violência psicológica para crianças

Existem vários tipos de violência psicológica. Entre os mais conhecidos estão os seguintes:

  1. Humilhações. Refere-se a todas aquelas ações ou verbalizações em que a criança é levada a se sentir incompetente, inútil ou de pouco valor. Ela é chamada por nomes ou apelidos hostis e humilhantes.
  2. Agressões verbais. Gritos, insultos, comentários e pedidos mal educados o tempo todo. Também se aplica aqui o uso do sarcasmo nas respostas.
  3. Ênfase nos “erros”. Dessa forma, seu valor é erodido e uma única história ou imagem de si mesma é promovida. Por exemplo, quando dizem “lá vem o tortinho” ou “ele é vesgo”.
  4. Proibições ou impedimentos para desenvolver, explorar e se relacionar. Às vezes isso acontece porque as bases do apego seguro não são fornecidas para que as crianças tenham total segurança para explorar o mundo. Sua liberdade é cerceada, o medo é gerado e suas possibilidades são limitadas.
  5. Chantagem emocional. Geralmente vem na forma de “Se você não fizer isso, então…”. Dessa forma, as crianças são confrontadas com uma situação em que são responsáveis pelo bem-estar dos pais. Elas sentem que não são capazes de satisfazer seus desejos e interesses e acabam respondendo apenas aos dos adultos. É como se fossem colocadas entre a espada e a parede. Uma das formas mais comuns de chantagem emocional é quando as crianças são usadas como motim em conflitos de casal.
  6. Invalidação de emoções e interesses. As necessidades ou a forma como a criança se sente são subestimadas. Esse tipo de violência psicológica também se expressa por não reconhecer suas conquistas e aprendizados ou não parabenizá-los por eles. Dessa forma, a criança internaliza que suas necessidades não são importantes nem levadas em consideração.
  7. Rejeição. Os adultos não facilitam o contato ou a aproximação com a criança, não demonstram apoio nem carinho.
  8. Autoritarismo. O adulto se posiciona como quem dá as ordens e a criança deve ser quem obedece. Geralmente é baseado no adultocentrismo, que justifica esse comportamento com base na diferença de idade.
  9. Parentalidade baseada no medo. Às vezes, é pela própria ansiedade dos pais que eles transferem suas próprias inseguranças aos filhos. E assim, seu desejo de explorar e aprender é limitado. Outras vezes, trata-se de crianças que se comportam com muita cautela, introversão e cuidados exagerados para não incomodar os adultos, por medo de sua reação. Esse comportamento muitas vezes decorre de ter vivenciado ou presenciado uma situação de violência. Até porque os gestos e a postura dos pais são ameaçadores, sem que isso signifique que vão bater neles.
  10. Indiferença. Consiste em negligenciar e não dar atenção às demandas e necessidades das crianças. É como se elas não existissem. Essa situação muitas vezes leva à negligência dos pais.

Muitas vezes, a violência psicológica aparece de forma “inocente”, mesmo em tons de voz doces e suaves. Como se a abordagem fosse natural e lógica. No entanto, deixa sequelas e ameaça o desenvolvimento saudável da criança.

Sintomas de abuso psicológico em meninos e meninas

Algumas das consequências que aparecem devido ao abuso psicológico em crianças são as seguintes:

  • Ansiedade, nervosismo, medo, desconforto emocional.
  • Retraimento, sentimentos de inferioridade.
  • Dificuldade para se relacionar, sensação de alerta constante.
  • Problemas de comportamento.
  • Dificuldades na escola.
  • Problemas alimentares.
  • Transtornos do sono.
Bebê chorando no berço com sono.
A violência psicológica deixa marcas indeléveis na mente da criança. Portanto, é crucial oferecer a ela um apego seguro desde cedo.

Todos os tipos de violência são evitáveis

O desenvolvimento positivo de meninos e meninas depende de múltiplos fatores. Entre eles, um apego seguro, que permita que se sintam reconhecidos, valorizados e protegidos.

Além disso , é importante focar no bom tratamento, conforme recomendado pela criação positiva. Isso permite que os adultos estejam disponíveis e sensíveis às necessidades das crianças.

É claro que, para efetivar essa visão, é necessária uma mudança de paradigma, onde se naturaliza que “um tapa na hora certa” seria um bom remédio para a criança.

Por fim, cuidar da saúde e do desenvolvimento das crianças implica também prestar atenção aos pais e cuidadores e acompanhá-los na difícil tarefa de criar os filhos. Muitas vezes, essa valiosa missão é realizada sem companhia, fazendo o possível para conciliar a paternidade com as demais exigências da vida.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Sauceda García, Juan Manuel, & Maldonado Durán, Jesús Martín. (2016). El abuso psicológico al niño en la familia. Revista de la Facultad de Medicina (México), 59(5), 15-25. Recuperado en 15 de marzo de 2022, de http://www.scielo.org.mx/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0026-17422016000500015&lng=es&tlng=es.
  • Arruabarrena, Mª Ignacia (2011). Maltrato Psicológico a los Niños, Niñas y Adolescentes en la Familia: Definición y Valoración de su Gravedad. Psychosocial Intervention, 20(1),25-44.[fecha de Consulta 15 de Marzo de 2022]. ISSN: 1132-0559. Disponible en: https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=179818575004

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.