Tratamento natural para herpes em crianças
O herpes costuma aparecer pela primeira vez em crianças, por meio de lesões bucais dolorosas e bastante incômodas. Isso tende a afetar a qualidade de vida, mas há uma série de medidas de tratamento simples e realmente úteis.
Aqui estão algumas das estratégias naturais que têm respaldo científico adequado.
O que é o herpes?
O herpes é uma condição de saúde causada pelo vírus herpes simples (HSV) tipo 1 ou tipo 2, que tem a capacidade de permanecer latente em nosso corpo após a primeira infecção.
Embora na fase latente não produza sintomas, ao se deparar com certas alterações do estado geral de saúde, como diminuição das defesas, o vírus pode se reativar e causar lesões típicas.
Os dois tipos de vírus herpes simples variam de acordo com sua localização:
- Tipo 1 (HSV-1): na maioria das vezes causa herpes oral e é responsável por herpes labial e bolhas febris ao redor da boca e no rosto.
- Tipo 2 (HSV-2): causa herpes genital e é responsável por surtos de herpes genital.
Esse vírus é bastante contagioso e é transmitido de pessoa para pessoa, geralmente por contato direto (pele a pele).
Mais comumente, as crianças contraem o HSV durante a infância, por meio do contato com um adulto infectado. A partir de então, o vírus produz os primeiros sintomas e depois entra em latência.
É importante observar que, uma vez que o vírus entra, ele permanece no corpo da criança por toda a vida.
Leia também: Erupções na pele do bebê: o que você deve saber
Manifestações clínicas do herpes em crianças
De acordo com algumas publicações da revista American Family Physician, as infecções por HSV em crianças se manifestam de diferentes maneiras: desde doenças mucocutâneas não complicadas até infecções graves que afetam o sistema nervoso central e podem comprometer a vida da criança.
Como já mencionamos, o HSV causa uma infecção para toda a vida. Porém, as manifestações clínicas variam de acordo com o estado de saúde de seu portador (hospedeiro). Nesse sentido, a idade, o estado de imunidade, o tipo de vírus e o local da infecção determinam o curso da doença.
A infecção primária (ou primeiro episódio) geralmente é assintomática. Porém, em alguns casos, apresenta sintomas leves, como lesões na pele da boca ou na região anogenital.
Em crianças menores, pode ser observado um envolvimento oral mais extenso, denominado gengivoestomatite. Ao contrário, quando o primeiro episódio ocorre em crianças maiores ou adolescentes, manifesta-se como faringite.
Você pode estar interessado: Dermatite atópica em crianças: como prevenir os surtos
Tratamento natural para herpes em crianças
Quando a infecção ocorre em crianças saudáveis, a condição geralmente desaparece por conta própria entre 10 a 21 dias. Após esse período, o vírus entra em estado de latência nos gânglios nervosos próximos ao local da lesão.
Atualmente, não há cura para esse vírus. No entanto, a abordagem terapêutica visa eliminar as feridas e limitar a extensão e a duração dos surtos.
A seguir vamos compartilhar algumas estratégias naturais para oferecer ao seu filho durante um episódio de herpes.
Evitar arranhar
É recomendado tentar tocar ou coçar a lesão o mínimo possível, pois pelas mãos é possível transmitir o vírus para outras partes do corpo, como os olhos.
Além da via de contato direto pele a pele, a criança pode ser infectada após manusear objetos contaminados com esse vírus. Por esse motivo, é recomendável lavar as mãos e os brinquedos com relativa frequência.
Frio local
Aplicar gelo local nas feridas ou lesões causadas pelo vírus pode ajudar a aliviar a dor do herpes labial em crianças. Até mesmo alimentos frios podem ser eficazes para aliviar o incômodo causado por lábios sensíveis e prevenir a desidratação.
É importante limitar o consumo de produtos ácidos durante os surtos, pois eles podem irritar ainda mais as lesões.
Vitamina D para herpes em crianças
Existem muitas vitaminas que podem proteger o corpo contra o vírus e reduzir os sinais e sintomas que ele causa. Alguns estudos concluem que a vitamina D tem uma importante função imunomoduladora e está ligada à prevenção de várias doenças infecciosas.
Vitamina E
A vitamina E tem propriedades antioxidantes, que podem reduzir o estresse celular causado por certas infecções virais. Isso ajudaria o sistema imunológico a se defender do HSV.
Atualmente, existem alguns ensaios clínicos em investigação, que estudam o papel da vitamina E no controle da infecção pelo vírus do herpes.
Óleos essenciais
O uso de óleos essenciais ajuda a diminuir a disseminação do vírus entre as células infectadas pela variante do HSV-1. Alguns dos óleos relacionados a esses efeitos positivos são os seguintes:
- Alecrim.
- Eucalyptus caesia.
- Tomilho.
- Canela.
Além do consumo oral, essas substâncias também podem ser usadas na água do banho ou em difusores de ambiente. A aplicação direta nas lesões não é recomendada, pois podem causar infecção bacteriana secundária.
Protetor solar
Embora o protetor solar forneça proteção aos lábios em todos os contextos, também contribui para reduzir a frequência de erupções. Isso porque a agressão do sol é o gatilho para a reativação do vírus.
Recomenda-se o uso de filtros solares de amplo espectro, com fator de proteção solar (FPS) maior que 30. Na verdade, existem apresentações em bastão ou hidratantes, que facilitam sua aplicação nos lábios.
Aloe vera
O gel de aloe vera é um produto com grande disponibilidade no mercado. Possui efeitos anti-inflamatórios e antivirais e é descongestionante. Recomenda-se mantê-lo refrigerado, para que seu efeito confortante e descongestionante seja ainda maior.
O herpes e a qualidade de vida em crianças
O herpes em crianças é facilmente transmitido, devido ao toque e aos arranhões constantes das lesões. Isso favorece não só a inoculação em outras partes do corpo, mas também a contaminação de objetos de uso próprio ou compartilhados entre crianças (como brinquedos).
As lesões herpéticas costumam ser muito incômodas, dolorosas e capazes de afetar a qualidade de vida da criança. Em geral, dificulta a ingestão de líquidos e alimentos, o que pode levar a complicações como a desidratação.
Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.
- Öztekin A, Öztekin C. Vitamin D Levels in Patients with Recurrent Herpes Labialis. Viral Immunol. 2019 Jul/Aug;32(6):258-262. doi: 10.1089/vim.2019.0013. Epub 2019 May 30. PMID: 31145049.
- Lin LY, Bhate K, Forbes H, Smeeth L, Warren-Gash C, Langan S. Vitamin D deficiency or supplementation and the risk of human herpesvirus infections or reactivation: a systematic review protocol. BMJ Open. 2019 Oct 7;9(10):e031867. doi: 10.1136/bmjopen-2019-031867. PMID: 31594899; PMCID: PMC6797410.
- Álvarez, D. M., Castillo, E., Duarte, L. F., Arriagada, J., Corrales, N., Farías, M. A., Henríquez, A., Agurto-Muñoz, C., & González, P. A. (2020). Current Antivirals and Novel Botanical Molecules Interfering With Herpes Simplex Virus Infection. Frontiers in microbiology, 11, 139. https://doi.org/10.3389/fmicb.2020.00139