Eczema disidrótico em crianças: como tratar?

O eczema disidrótico é uma doença inflamatória e não contagiosa. Aprenda o que fazer abaixo.
Eczema disidrótico em crianças: como tratar?
Maria del Carmen Hernandez

Escrito e verificado por a dermatologista Maria del Carmen Hernandez.

Última atualização: 22 dezembro, 2021

Embora o eczema disidrótico não seja uma das afecções dermatológicas mais comuns em crianças, é necessário agir rapidamente no diagnóstico do quadro para evitar a alteração da qualidade de vida e do sono devido ao prurido intenso. É uma patologia que envolve a superfície da pele, benigna, não contagiosa e, na maioria das vezes, que se resolve sozinha.

O que é o eczema disidrótico em crianças?

O eczema disidrótico é uma doença inflamatória e crônica da pele que causa coceira, ardor e a consequente erupção de vesículas nas laterais dos dedos. Os locais mais frequentes em que aparecem são as palmas das mãos, as solas dos pés e os dedos de ambos. Embora os sintomas geralmente não sejam graves, em algumas crianças eles podem sim ser sérios.

A causa que o desencadeia é desconhecida. No entanto, há uma forte associação com os níveis de estresse, os antecedentes alérgicos e a dermatite atópica.

Opções de tratamento para o eczema disidrótico

O dermatologista ou clínico geral são os profissionais capacitados para indicar o tratamento a ser seguido. Tudo vai depender da gravidade das lesões ou dos sintomas da criança.

Terapia com medicamentos

O tratamento com medicamentos é indicado para quadros com prurido intenso e lesões moderadas que reduzem a qualidade de vida.

Emulsão ou creme hidratante

O uso de cremes hidratantes ajuda a manter intacta a barreira cutânea. A escolha do produto deve ser adequada às necessidades da pele e deve conter vitamina A, vitamina E, alantoína e ácido hialurônico. A aplicação deve ser constante e feita em toda a superfície da pele, não apenas na região com lesões.

Creme de calcineurina

Os inibidores tópicos de calcineurina, tacrolimus ou pimecrolimo, têm a vantagem de não gerar os efeitos adversos locais e sistêmicos causados pelos esteroides locais. Embora cumpram as mesmas funções dos corticosteroides, eles podem desenvolver reações locais, como ardor ou coceira.

Anti-histamínicos

Os anti-histamínicos são muito úteis quando a coceira interfere nas atividades diárias e até impede de ter boas noites de sono. Eles não são a primeira opção de tratamento, mas são escolhidos para amenizar a coceira até o momento da resolução do quadro clínico. Isso permite que a criança tenha um sono mais agradável sem prejudicar a qualidade de vida.

Antibióticos tópicos

Antibióticos tópicos, como o ácido fusídico e a mupirocina, são usados nos casos em que as lesões apresentam superinfecção bacteriana. Por esse motivo, é indicada a aplicação de creme 3 vezes ao dia. Ao mesmo tempo, outro tratamento pode ser feito em paralelo para aliviar a coceira e o restante dos sintomas ou sinais que a criança apresentará.

Corticosteroides tópicos

O tratamento de primeira linha para o eczema disidrótico são os corticosteroides tópicos. Eles existem em diferentes apresentações e potência baixa, leve ou moderada.

Os cremes de potência média aliviam a coceira, reduzem a inflamação e contribuem para a resolução de lesões elementares. Porém, não devem ser aplicados por muito tempo seguido devido à grande dependência que geram e, portanto, às reações adversas no futuro.

Tratamento com luz ultravioleta e psoraleno (PUVA)

A fototerapia é a última opção de tratamento nos casos em que as alternativas anteriores não tenham sido eficazes. Consequentemente, de acordo com a gravidade das lesões e a extensão das mesmas, o médico avaliará a possibilidade de indicar a realização de sessões de PUVA.

Medidas básicas e higiênicas

Os cuidados básicos e gerais da pele ajudam a limitar os surtos e a gravidade dos sinais e sintomas. Algumas das recomendações que devem ser seguidas são:

Pés com eczema disidrótico
  • Não use água quente, sempre preferindo água morna.
  • Use produtos de limpeza suaves, sem fragrância e sem álcool.
  • Sempre seque bem as mãos e os pés.
  • Evite coçar para não infectar ainda mais as lesões.
  • Após secar as mãos, aplique um creme para proteger a superfície da pele.
  • Ao lavar a louça, use luvas sem látex.
  • Evite o contato com produtos irritantes, como solventes, detergentes ou produtos para o cabelo.
  • Evite climas extremos, se possível.

Sobre o eczema disidrótico em crianças…

O eczema disidrótico tende a se desenvolver em surtos, por isso não é fácil de prevenir devido à sua origem ainda incerta. Por sua vez, ele se caracteriza pela presença de um aglomerado de pequenas vesículas nas regiões laterais dos dedos das mãos ou dos pés, que tendem a se resolver espontaneamente.

É uma doença inflamatória dermatológica que não apresenta contagiosidade nem grandes complicações. Porém, é aconselhável solicitar uma consulta médica para que o profissional de saúde indique a medicação adequada a ser utilizada.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Koo JY, Fleischer AB Jr, Abramovits W, Pariser DM, McCall CO, Horn TD, Gottlieb AB, Jaracz E, Rico MJ. Tacrolimus ointment is safe and effective in the treatment of atopic dermatitis: results in 8000 patients. J Am Acad Dermatol. 2005 Aug;53(2 Suppl 2):S195-205. doi: 10.1016/j.jaad.2005.04.063. PMID: 16021175.
  • Lofgren SM, Warshaw EM. Dyshidrosis: epidemiology, clinical characteristics, and therapy. Dermatitis. 2006 Dec;17(4):165-81. doi: 10.2310/6620.2006.05021. PMID: 17150166.
  • Colomb-Lippa D, Klingler AM. Dyshidrosis. JAAPA. 2011 Jul;24(7):54. PMID: 21748961.
  • Wollina U. Pompholyx: a review of clinical features, differential diagnosis, and management. Am J Clin Dermatol. 2010;11(5):305-14. doi: 10.2165/11533250-000000000-00000. PMID: 20642293.
  • Pitché P, Boukari M, Tchangai-Walla K. Facteurs associés à la dysidrose palmo-plantaire ou plantaire: étude cas-témoins [Factors associated with palmoplantar or plantar pompholyx: a case-control study]. Ann Dermatol Venereol. 2006 Feb;133(2):139-43. French. doi: 10.1016/s0151-9638(06)70864-x. PMID: 16508597.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.